Celestian

80. Sombra Avarenta

A Terra Rúnica já estava devastada pelo confronto, tanto a cidade quanto a subcidade dos anões era irreconhecível para todos, mas isso ainda não era o fim, até porque as mandantes do exército maligno ainda respiravam, e enquanto isso ainda fosse possível as trevas avançariam sobre o mundo, assolando todos aqueles que se opõem aos seus ideais macabros.

_ O garoto não está sozinho... - Diz Faranegra.

_ Ele nunca estará a menos que o deixemos assim. - Diz Avarossa.

_ Irmãs, chegou a hora de mostrarmos nossa força suprema, tudo já foi preparado. Os corpos de lama, os espíritos das trevas, o orbe conjurativo. É hora de revelarmos a intensidade e o poder da nossa comunhão negra! Mas antes, um último feitiço para garantir nosso sucesso...afinal não podemos nos arriscar confrontando o garoto. - Diz Darkina.

Enquanto as bruxas falavam, três monstros de lama se aproximaram delas, se apresentando como se estivessem prestes a fazer parte de algum ritual, se curvando em fila diante das bruxas. Cada uma delas, arrancou um fio de cabelo da cabeça e o depositou no interior de um monstro de lama, que começou a sofrer mutações físicas que o deixavam cada vez mais parecido com a respectiva bruxa.

Três cópias foram criadas, substitutas para as verdadeiras Darkina, Faranegra e Avarossa, que se uniram em conclamação no interior de uma cúpula negra de tamanho médio que elas mesmas haviam conjurado. As cópias eram perfeitas, ninguém saberia diferenciá-las das originais, a não ser, é claro, as suas conjuradoras, que tramavam mais um de seus feitiços.

Os clones das bruxas avançaram rapidamente para o campo de batalha, demonstrando, a medida em que lutavam com integrantes das forças aliadas, que também possuíam os poderes de suas conjuradoras. O próprio Arcanjo Miguel confrontou um deles, que o desarmou rapidamente e correu na direção do Rei de Celestian, alvo principal das verdadeiras feiticeiras.

_ Eu nunca vi nada parecido! Clonagem ao nível molecular! Eles possuem até as mesmas habilidades das bruxas! - Diz Gênova.

_ É a arma perfeita para elas, podem causar uma verdadeira bagunça no campo de batalha sem que se aproximem dele, de fato. - Diz Terano.

_ Na verdade, acho que tudo isso é uma distração para algo. Não consigo sentir a presença individual das bruxas dentro daquela cúpula negra que elas fizeram, é como se existisse uma única energia lá dentro, mas não consigo decifrar. Seja como for, pela lógica ou pelos nossos sentidos, elas ainda estão lá, vulneráveis. - Diz Afrody.

_ Então só precisamos proferir ataques até aquela cúpula quebrar! - Diz Dylan.

_ Escuros Defendeos! - Dizem os clones em uníssono.

Os clones ainda estavam fisicamente distantes, e lutando contra toda variedade de integrante das forças aliadas, mas de algum modo, conseguiram perceber as intenções das autoridades continentais e realizaram uma conjuração defensiva, que envolveu a cúpula das bruxas com uma segunda barreira, pouco maior que a original, mas igualmente eficaz.

_ Uma segunda barreira? Porque? - Questiona Yara.

_ Para proteger a original! Devem ter ouvido quando dissemos que planejamos quebrá-la, mas como? - Diz Shion.

_ Leitura labial. Eles não herdaram somente os poderes das bruxas, mas todos os atributos físicos e habilidades. Isso só comprova este fato, é a única opção que justifica tal feito. - Diz Sabrina.

_ Concordo. - Diz Dylan.

_ Então, qual o plano? - Pergunta Melody.

_ O mesmo de sempre, vamos separá-las e confrontá-las individualmente. Estamos em maior número, vamos usar isso a nosso favor. Quando destruirmos os clones, a segunda barreira deve se romper e aí só restará a primeira, contendo as bruxas originais. - Diz Gélio.