68. O Legado de Ânimus

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No continente dos animais, Giovanna, Yara, Dylan, Shion, Sabrina e Melody seguiam floresta adentro até o lago da vida, na esperança de manterem a furtividade e chegarem da melhor maneira possível ao seu objetivo, ou seja, ao portal espiritual de Animarium, que sucumbiu à corrupção das bruxas após um ritual das trevas realizado pelas autoras da guerra presente.

_ Vejam, existem casas nas árvores. - Diz Dylan.

_ Mas todas estão vazias... o continente todo foi tomado. - Diz Shion.

_ A tirania das bruxas atingiu este continente mais do que os outros. - Diz Melody.

_ Não se engane, o que aconteceu aqui acontecerá em todos os outros continentes se permitirmos. Animarium foi apenas o alvo primário. - Diz Sabrina.

_ Realmente... a bruxa Faranegra também devastou o meu lar, dizimando boa parte da raça das fadas no processo. Graças à Estácio a Têmpora das Estações sobreviveu. - Diz Giovanna.

_ Minha cidade nem existe mais, Acquária é hoje apenas uma lembrança para nós sereias... - Diz Yara.

_ Vocês têm razão... foi uma afirmação boba a minha. - Diz Melody.

_ Não se preocupe, entendemos que ela foi feita no calor do momento. - Diz Giovanna.

Durante a caminhada, constantemente ouvia-se árvores grunhindo e passos de grandes espíritos das trevas, que arrastavam suas correntes e faziam sons aterrorizantes ao abrir a aparente boca. Nunca haviam visto nada parecido, almas negras que já não possuíam objetivo, ansiavam exclusivamente pelo mal, não tinham vontade e por isso tomaram para si a vontade das bruxas que os invocaram ali.

Haviam espíritos de todos os tamanhos, das mais variadas formas e com as mais diversas aptidões, inclusive alguns discretos o suficiente para perceber a infiltração de Animarium pelo grupo de Giovanna poucos instantes após a sua chegada. Foi um destes que sinalizou à Fahrenheit, que guardava o portal espiritual a mando das bruxas, que haviam invasores nas terras recém tomadas.

_ Invasores? Quem seria tão burro a ponto de vir ao centro de todo este problema? Não sabem que é aqui o novo covil das bruxas? Bem, eu já estava entediado neste continente miserável, devia tê-lo queimado quando tive chance, mas vamos lá, parece que as coisas acabaram de ficar mais interessantes. - Diz Fahrenheit ao descobrir a invasão.

Ao caminhar mais alguns quilômetros, Melody e Yara puderam ouvir o som das águas calmas e harmoniosas do lago da vida, magnânimo em toda a sua profundidade, e logo na outra margem, o castelo suspenso. O portal espiritual ficava abaixo do palácio, suas extremidades eram compostas de raízes apodrecidas, e dentro delas imperava uma escuridão infinita, como o vácuo do espaço-tempo, onde não há estrelas ou qualquer variação luminosa, e era dessa mesma escuridão que saíam os espíritos corrompidos.

Chegando perto do lago, parecia que a atmosfera tenebrosa que viram antes tinha ficado para trás, pois aquela região às margens do lago exalavam grande beleza, como se a corrupção das bruxas terminasse ali. As águas cristalinas eram como um espelho, claras e sensíveis ao toque, além de possuírem um gosto bem parecido com a água sagrada de Celestian, a mesma comercializada para fabricação de remédios.

_ Sua hora de brilhar minha doce Yara. - Diz Dylan dando uma piscadela para a sereia.

_ Bem, vamos logo com isso então. Elementífona Aqus Defendeos! - Diz Yara.

A sereia se aproximou da água e a repeliu, era como se a água não pudesse tocá-la e à medida em que avançava para uma área mais profunda, se formava ao redor dela uma bolha de ar, como se todos próximos a ela estivessem à bordo de um submarino feito de vidro, pois podiam ver tudo ao seu redor.

CelestianWhere stories live. Discover now