Capítulo 2

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Karina Nunes Reis

— Qual dos dois? - Eloá estendeu os molhos de tomate. O da Heinz e o da Quero.

— Pega dois de cada, eu gosto dos dois- ela assentiu colocando no carrinho. 

    São quase meio dia e meio e viemos para o mercado agora, não nos damos bem com horário como vocês podem perceber. Estou aproveitando para fazer logo a compra do mês para não ter que voltar novamente, eu tenho pavor de ir no mercado toda hora, eu amo fazer compra do mês, mas ir no mercado toda hora eu não suporto.

— Tem que pegar as carnes, Elô, vou indo lá adiantar e você pega o restante das besteiras, pode ser?

— Tá bom, vou pegar a nutella - Falou saindo pelo corredor saltitando. Neguei rindo e fui com o carrinho em direção ao açougue.

    Peguei as carnes que normalmente eu compro e comprei alguns camarões também para fazer uma receita, paguei o olho da cara mas fazer o que, minha vontade falou mais alto. Tive que ir atrás da Eloá que não apareceu, a mesma estava no corredor dos doces.

— Meu Deus do céu, Eloá, vamos ficar diabéticas assim - exclamei vendo a mesma com pacotes de bala, chocolates e dois potes de nutella.

— Algumas coisas são para mim, relaxa - riu colocando no carrinho- meu estoque de doces já acabou, precisava mesmo comprar- deu de ombros.

— Achei que era tudo lá para casa, já ia devolver metade - ri - vamos terminar rápido que eu já estou morrendo de fome.

— O que você vai fazer? - perguntou interessada enquanto caminhávamos entre os corredores.

— Tem que ser alguma coisa fácil, comprei linguiça suína, posso fazer ela desfiadinha, jogando por cima de um macarrão com molho branco, fiz semana passada e ficou uma delícia - dei a idéia.

— Parece ficar bom, nunca comi.

— É muito bom, amiga, vai por mim, parece que não vai combinar mas combina.

[...]

    Refoguei a linguiça no alho, já tinha desfiado ela e o macarrão está cozinhando. Eu sempre amei alho, tudo eu coloco alho então na linguiça não poderia faltar, mas a minha mãe é uma que não coloca alho para reforçar linguiça suína, até porquê a linguiça já tem seu tempero próprio, mas cada um cozinha de um jeito, é o que eu sempre digo, receitas são bases, mas cada um faz a sua.

— Falta muito? - choramingou deitada na bancada. 

— Um pouco, vida, come alguma coisa para enganar o estômago - ela assentiu abrindo a geladeira e pegando uva.

    Já passava de uma da tarde, enquanto eu começava a fazer nosso almoço, Eloá foi guardando as compras e agora está aqui de um em um minuto perguntando se a comida está pronta. 

    Me agilizei no almoço e logo ele ficou pronto, desliguei o fogo e não precisei nem chamar a esfomeada para ela aparecer já com o prato na mão.

— Está doida, menina? Meu Deus - ri vendo a mesma com um sorrisinho inocente no rosto.

— Você não sabe o tanto que minha barriga está reclamando aqui de fome - pegou um garfo na gaveta.

— Você não costumava comer assim - falei desconfiada e a mesma deu de ombros, sem se importar muito.

— Essa comida está deliciosa, amiga, parabéns - fez toque comigo e eu me senti toda enquanto tirava a minha comida.

    Sentamos no sofá, mesmo tendo a mesa de jantar, e colocamos em The Rain, na Netflix. Comecei essa série ontem e por enquanto estou gostando.

Caminhos traçadosTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang