Capítulo 3

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Karina Nunes Reis.

Uma semana depois.

Já estou adiantando o almoço, hoje meus pais iriam vir almoçar aqui em casa, afinal, fazia tempo que eles não vinham aqui, o restaurante graças a Deus toma muito tempo deles, porém hoje, uma quarta-feira, eles tiraram uma folga para vir.

Normalmente fazemos a comida juntos, mas como eles iriam se atrasar um pouco no trânsito, mandaram eu já ir começando. O menu de hoje era frango assado com batata, arroz, feijão com bastante carne dentro, farofinha e salada, um almoço bem caseiro mesmo do dia a dia.

    Acabei de temperar o frango, eu costumo colocar maionese, alho e muitos outros temperos, eu sou a doida do tempero, sinceramente, não vivo sem. Arrumei as coxas e sobrecoxas em uma travessa de vidro junto com as batatas, pondo no forno em seguida.

    O feijão já estava de molho desde ontem de madrugada, porém minha mãe disse que faria então não preciso me preocupar. Peguei meu celular sentando no sofá para esperar meus pais, arroz eu gosto de fazer por último para sempre ficar quentinho e bem soltinho, a salada eu já tinha feito e a farofa, meu pai é o mestre então ele faria, a sobremesa eu ainda não sei como vai ser, se minha mãe vai trazer, não sei mesmo, qualquer coisa eu peço da menina aqui no prédio, ela vende doces deliciosos, sempre compro o brownie recheado.

    Respondi algumas mensagens no insta sobre parceria e trabalho. Recebi uma mensagem da minha mãe avisando que já estava chegando, para eu descer e ajudar nas sacolas, calcei meu chinelo e desci já vendo eles no estacionamento.

— Até que enfim - sorri pulando no colo do meu pai, que riu me apertando em um abraço e beijando minha cabeça - que saudade.

— Eu também estava, minha menina, como você está? - me colocou no chão novamente.

— Bem, e o senhor? 

— Bem graças a Deus, a médica me liberou para voltar a comer doces, porém não posso exagerar - meu pai estava com suspeita de diabetes, a médica dele cortou algumas coisa e ele estava doido. Senhor Reginaldo é uma formiga, toda hora estava comendo alguma doce. 

— Que bom, pai, agora não vai mais chorar querendo chocolate - rimos

— Esqueceu da mãe? - ri percebendo minha mãe encostada no carro com as mãos na cintura.

— Eu jamais esqueceria da senhora, mãe- ri indo até a mesma e a abracei, tirando a mesma do chão.

— Vai me deixar cair, Karina - exclamou assustada e eu ri com meu pai.

— Não vou te deixar cair, dona Talita- beijei a cabeça dela - a senhora está bem?

— Sim, graças a Deus. Anda se alimentando direitinho? Um passarinho me contou que até semana passada estava se alimentando de Ifood- me olhou sínica.

— Esse passarinho anda dando muitas informações - ri sabendo que o passarinho tinha nome e sobrenome, e que era nesse caso a minha melhor amiga - estou bem alimentada, fiquem tranquilos.

— Acho bom, agora vamos que a comida não pode esperar. Aqui, pegue essas sacolas - me entregou duas sacolas pesadas.

— O que são todas essas sacolas? - perguntei.

— Comprei algumas coisas para você, seu pai contou outras, no final trouxemos bastante coisa além do que esperávamos - mamãe respondeu rindo enquanto íamos em direção ao elevador.

— Vocês nunca conseguem comprar coisas só para vocês, não é mesmo?

— Jamais, você cresceu e se mudou, mas para nós é a mesma coisa - meu pai sorriu - olha o que temos para a sobremesa - abriu uma sacola mostrando um bolo lindo, parecia ser de limão.

Caminhos traçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora