Capítulo 52

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Diego Castro Belchior.

— Devagar, isso. — Meu sogro falou ajudando Eloá a descer do carro.

   Hoje completa quatro dias que a Maria Flor nasceu e viemos finalmente para casa. Foi uma loucura sem fim sair daquela maternidade, nada fora do que esperávamos e, sendo franco, não me surpreende nossos rostos, principalmente o meu, estampados em todos os canais de televisão. Não ligo para o que falam de mim, mas me incomoda alguns comentários que estão fazendo sobre a Eloá.

    O apoio que tivemos e ainda estamos tendo das mídias é muito maior do que os comentários ruins, muitas pessoas estão mandando mensagens boas e relatos parecidos e isso está deixando o coração da Eloá mais aconchegado, mas, ainda assim, os comentários ruins existem e não podemos fazer nada além de deixá-los entrar por um ouvido e sair pelo outro, mesmo que seja difícil.

    Mas deixando tudo isso de lado, esses quatro dias com a Flor foram muito bons, lógico que tinha momentos que não sabíamos o que fazer por ser tudo uma novidade mas ela em si é uma bebê calma, dorme mais do que chora, na real, as únicas vezes no dia que ela chorava era quando estava com a fralda suja ou quando estava com fome, inclusive agora na volta ela veio dormindo no carro, vamos ver como vai ser agora em casa. Meus sogros vieram buscar a gente para ser mais fácil de subir com as coisas e as duas.

— Eu não estou sentindo dor, pai. — Elô riu encarando o pai. Minha sogra fez o mesmo enquanto pegava as bolsas.

— Mas você deu a luz tem quatro dias, não pode fazer esforço. — Deu de ombros. Sorri fechando o carro e seguimos para o elevador.

    Cumprimentamos dois vizinhos que estavam no mesmo, eles sorriram olhando para a Flor no bebê conforto que eu estava segurando. O pessoal do prédio eram os únicos que já imaginavam na verdade, mesmo nós não confirmando nada com palavras. 

     Conversamos um pouco com eles mas não demorou para chegarmos no nosso apartamento. Abri a porta deixando eles passarem na frente e Eloá sorriu vendo a mesa de café da manhã posta e flores em cima.

— Vocês que fizeram? — Perguntou se aproximando da mesa. 

— Não sabia sobre isso. — Confessei colocando o bebê conforto no sofá, Flor só se remexeu um pouco voltando a dormir.

— Tem um cartão. — Minha sogra falou pegando o mesmo e entregou para Eloá.

"Espero que aproveitem o café da manhã, estamos logo aqui do lado se precisarem de alguma coisa. Ass: Karina e Benjamin.  Obs: estamos esperando nosso jantar." — Rimos. Eles não param de cobrar esse jantar depois que perdemos a aposta. Ambos apostaram na Jade e realmente a minha irmã se empenhou em comprar presentes durante a viagem.

— Acho que vamos ter que pagar esse jantar logo. — Sorri abraçando Eloá por trás e beijei a cabeça dela. — Eu não sei vocês mas estou morrendo de fome.

— Também estou, não tomei café da manhã hoje. — Ezequiel falou.

— Então vamos nos sentar para comer, essas comidas estão bem apetitosas. — Elô sorriu. — Você pode trazer ela aqui para perto, amor? Quero ficar de olho.

— Claro. — Sorri pegando novamente o bebê conforto e coloquei ao lado da Eloá. Ela não consegue ficar muito longe da Flor e confesso que nem eu, esses dias no hospital eu trabalhei grudado nela enquanto Eloá descansava. — Esse biquinho manhoso me mata. — Riu ajeitando as meias da neném.

— Você fazia um igual. — Renata sorriu.

    Sentamos ao redor da mesa e aqueles pães recheados estão de verdade me chamando a atenção.

Caminhos traçadosOù les histoires vivent. Découvrez maintenant