Capítulo 31

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Eloá Siqueira Costa.

   Depois da noite de pizzas de ontem eu simplesmente cheguei em casa e apaguei, confesso que nem banho eu tomei de tão cansada.

    A Maria Flor me deixou enjoada hoje quando acordei, e acredito que seja da pizza de jujubas porque só de tocar no nome já me dá ânsia.

Maria Flor.

   Esse nome tocou tão forte em mim quando eu e Diego estávamos escolhendo que eu, por um momento, já não via ela com outro nome, não me via chamando ela de outra forma. É a minha Florzinha.

    Quando fui pesquisar os significados, apareceu quatro: senhora soberana”, “a pura”, “amar”, “flor”.

    E o que mais me deixou emocionada foi o "Amar". Ela me ensinou a amá-la, mesmo com todos os medos, inseguranças, incertezas, ela me vez amá-la desde o primeiro segundo, e é o que eu vou fazer para sempre. 

    Diego está louco para essa menininha nascer, acho que ele já comprou uns cinco livros sobre bebês, toda semana aparece com alguma coisa para ela. Eu não tenho do que reclamar, eles está sendo uma pessoa maravilhosa para nós duas, eu posso ligar de madrugada com desejo que ele vem em minutos.

    Cada dia que passa eu tenho mais certeza de que amo ele, e as vezes isso me assusta porquê, depois de tudo que aconteceu, eu imaginava que nunca iria achar alguém que me amasse e amasse a minha filha.

    Hoje como eu disse acordei mal, morrendo de enjôo e sem vontade de levantar da cama, mas como nem tudo são flores, eu tenho um trabalho da faculdade para entregar, pelo computador mesmo, mas tenho horário então eu comecei a adiantar tudo sobre ele, sim, trabalho no sábado. Não fiz nada em casa, está uma bagunça mas vida que segue, não estou com tempo e nem disposição para fazer tudo isso hoje.

    São duas da tarde, de almoço eu comi o que? A pizza de ontem, não é recomendado para uma grávida de quase cinco meses, eu sei, mas vamos ser francos, eu não sei cozinhar e o enjoo não me permite nem ao menos levantar direito, então ignorem esse detalhe.

    Faltava pouco para terminar o trabalho, uns dois tópicos na verdade, tenho duas horas para fazer isso. Diego já me mandou mensagens algumas vezes perguntando como eu estou, ele dormiu aqui hoje mas saiu cedo para resolver algumas coisas, deve voltar logo, não levou a mochila dele como de costume. Ele já tem algumas roupas e coisas pessoas aqui, mas na mochila ele sempre traz o computador, iPad, essas coisas de trabalho, sabe?

    Comecei a sentir sede então deixei o computador de lado e fui para a cozinha, peguei minha garrafa de água e voltei para a sala. Encarei confusa a porta abrindo e Diego passou por ela cheio de sacolas.

— O que é isso tudo? — Perguntei surpresa e ele me olhou sorrindo inocente. — São para a Flor, não são? — cerrei os olhos vendo ele entrar com mais algumas. — Diego!!

— Amor, estavam me chamando, você sabe que eu não resisto — Choramingou colocando tudo pela sala. Tem mais de dez sacolas aqui, não estou de brincadeira. — Tem mais duas caixas no carro, eu vou pegar e já venho. — falou já saindo de casa.

    Neguei voltando para a poltrona. Bebi um pouco de água e Diego voltou com duas caixas grandes. Tem que respirar fundo para não pirar com esse homem.

— Acabou? — Perguntei debochada.

— Agora sim. — Sorriu me dando um selinho. — Está melhor?

— Não muito.

— Trouxe seu picolé de limão. — falou mexendo em uma das sacola e me entregou um picolé. Ultimamente o que alivia o meu enjoo está sendo esses picolés de limão.

Caminhos traçadosWhere stories live. Discover now