Capítulo 36

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Benjamin Castro Belchior. 

    Meu celular despertou e acabou me acordando. Preciso admitir que eu gostaria de ficar aqui deitado, sentindo a respiração da Karina, mas não posso, preciso ir trabalhar.

    Fiquei alguns minutos ainda deitado mas tive que levantar. Fui para o banheiro fazer minhas coisas e, quando voltei, Karina já estava acordada.

— Bom dia. — Sorri me aproximando e distribuí beijos pelo seu ombro.

— Bom dia, amor. — Murmurou preguiçosa. — Já está indo?

— Estou. Queria poder ficar aqui com você mas não vou poder. — fiz um bico e Karina riu se espreguiçando.

— Quer que eu faça algo para você comer? — Sentou na cama prendendo o cabelo em um coque.

— Não precisa, amor. Como alguma coisa no caminho. — Peguei minha mochila colocando no ombro. — Qualquer coisa me liga, ok?

— Ok. Bom trabalho. — Karina sorriu. Dei um selinho na mesma.

    Saí da casa da Karina já querendo voltar. Esses sete meses vão ser longos até podermos casar e morar juntos realmente.

     Passei em uma padaria antes de ir para a empresa, comprei meu café da manhã e voltei para o trajeto inicial.

     Hoje eu tenho duas reuniões sobre novos dispositivos, admito que é uma das partes mais chatinhas já que é o início de tudo, eu gosto mais das reuniões para decidir os detalhes e modelos, é o que eu mais me divirto. 

    Tomei meu café no caminho para a empresa. Quando cheguei, subi apenas para deixar minhas coisas e pegar alguns papéis, depois fui direto para a sala de reuniões

[...]

   Respirei fundo tentando concentrar na reunião, como eu disse, essas reuniões não são as minhas preferidas. Diego me chutou por baixo da mesa, encarei ele com a sobrancelha erguida.

— Está com cara de bunda. — Sussurrou ainda olhando para meu pai.

— Sabe que por mim eu não estaria aqui. — Sussurrei de volta. Diego negou com um sorriso de lado um tanto quanto divertido.

    Senti meu celular vibrar no bolso. Peguei o mesmo discretamente e o nome da Karina brilhou na tela. Não sei o porquê eu fiquei com uma sensação estranha, mas normalmente ela não me liga quando são coisas rápida, costuma mandar mensagem.

— Pai...— chamei o mesmo. Meu pai parou a explicação me olhando, junto com as outras pessoas na sala. — Eu preciso atender. — Mostrei o celular.

— É importante? — perguntou.

— Não sei, a Karina não me liga assim. — Falei um pouco agoniado. Acho que meu pai percebeu pois mudou a feição assentindo.

— Pode ir atender. — agradeci saindo da sala, já atendendo a ligação.

— Tudo bem, amor? — Falei de início.

— Desculpa ligar, você disse que eu poderia ligar...— Karina estava com a respiração um pouco funda, o que me deixou mais preocupada.

— O que aconteceu? Você se machucou?

— Eu estava arrumando a cozinha e acabei me distraindo com uma notificação no celular. Deixei alguma coisa cair e peguei no reflexo sem ver que era uma faca, eu não iria conseguir dirigir até algum hospital e o seu número era o primeiro. 

— Cortou muito? — Perguntei um pouco desesperado.

— Acho que não, eu lavei e enrolei com um pano, mas ainda está sangrando. Desculpa mesmo atrapalhar você. — Percebi a voz dela embargar um pouco. Isso me deixou ainda mais desesperado.

Caminhos traçadosWhere stories live. Discover now