Caminhos traçados

Capítulo 82

Benjamin Castro Belchior.

    Estou com uma enorme preguiça de ir trabalhar, o despertador já tocou mas não levantei. Karina está dormindo tão bem em meu peito que fico até com dó de levantar e ter que tirar ela. Escutei meu celular tocando e atendi rápido para não acordar minha esposa. 

— Bom dia, filho. — Escutei a voz do meu pai.

— Bom dia, pai. Como o senhor está?

— Estou bem e vocês? Te acordei?

— Estamos bem também. Já estava acordado a um tempo, estou só enrolando para levantar. — Bocejei e Karina se remexeu me abraçando mais.  — Aconteceu alguma coisa?

— Nada demais, só preciso que vá com Diego até os correios. Os novos kits de trabalho dos funcionários chegaram mas alguns ficaram presos no correio, vamos ter ter que retirar lá, tenho uma reunião assim que chegar na empresa então não vou conseguir ir. — Me explicou. — Conseguiria me fazer esse favor?

— Claro, pai.

— Obrigado, meu filho, vou ligar agora para Diego. Obrigado mesmo.

— Não precisa agradecer, pai. — Sorri. — Até mais tarde.

— Até. — Meu pai desligou.

    Coloquei o celular no carregador e levantei devagar para não acordar minha esposa. Fui para o banheiro, tomei um banho rápido e me vesti com o terno que já estava separado, minha garota sempre me ajuda muito nessa parte já que sou uma negação combinando roupas. Assim que sai do closet percebi Karina acordada de preguiça na cama, sorri me aproximando e beijei sua cabeça.

— Bom dia, minha princesa. — Sentei ao seu lado. — Dormiu bem?

— Bom dia, meu amor. — Sorriu se espreguiçando. — Sim e você?

— Também dormi. — Ajeitei seu cabelo.

— Não escutei o despertador tocar. Está atrasado?

— Não, estou no tempo. Eu desliguei ele rápido, deve ser por isso. — Dei de ombros e ela concordou.

— Preciso muito ir ao banheiro. — Falou saindo da cama rápido e eu ri vendo ela correr em direção ao banheiro.

    Ia esperar a mesma para descermos juntos mas vi uma movimentação no quarto dos bebês pela babá eletrônica, esperei um pouco para ver se Celina ia voltar a dormir mas não foi isso que aconteceu, a jujubinha começou a se virar no berço resmungando. Levantei da cama indo até o quarto deles e a garotinha já abriu o sorriso banguela me olhando.

— Bom dia, jujubinha do papai. — Sussurrei pegando ela no colo e enchi a mesma de beijos. — Já acordou essa hora? Pode dormir mais um pouquinho. — Sorri percebendo ela agarrar minha gravata. — Vamos trocar essa fralda para irmos até a mamãe.

    Caminhei com Lili até o trocador e troquei a mesma, penteei seu cabelo bagunçado e saí do quarto depois de verificar se as outras jujubinhas estavam bem. Karina estava saindo do nosso e sorriu quando Celina se agitou vendo ela.

— Bom dia, meu amorzinho. — Sorriu pegando nossa princesa e encheu ela de beijos. — O papai já te trocou? Está cheirosa.

— Troquei e arrumei o cabelo. — Sorri encarando as duas.

— Ficou linda. — Me olhou com os olhos cerrados.

— O que eu fiz?  — Perguntei confuso.

— Me marcou inteira ontem. — Fez uma careta e eu ri dando de ombros.