Capítulo 44

311 28 8
                                    

Benjamin Castro Belchior.

Acordei à alguns minutos com uma enfermeira entrando no quarto. São sete e alguma coisa da noite, o grupo está cheio de mensagens perguntando como estavam as coisas aqui e, sinceramente, eu não sei.

A enfermeira me disse que Karina estava bem, mas por quê eu não estava conseguindo me convencer disso?

Minha garota continuava deitada na mesma posição, com a respiração um pouco pesada e o rosto continuava pálido.

- Por que não acorda logo, meu amor? - Respirei fundo acariciando a mão da mesma. - Sua mãe está ligando de dez em dez minutos, ela está bastante nervosa. - Ri fraco encostando a cabeça em sua mão. - Queria que fosse mentira...poderia ter feito algo para impedir que se machucasse. Me desculpa, meu amor, me desculpa. - solucei, percebendo que estava chorando de novo.

Minutos depois, consegui parar de chorar, ficando novamente com meus pensamentos. Estava quase perguntando novamente para a enfermeira se era normal Karina estar dormindo tanto, mas desisti quando senti os dedos dela se mexerem contra os meus. Levantei o olhar rápido e a mesma estava despertador lentamente.

- Amor? Está me ouvindo? - Levantei ainda sem largar a mão da Karina. Demorou uns segundos para ela conseguir manter os olhos abertos. - Graças a Deus, você acordou! - Sorri sentindo meu rosto ficar molhado novamente e depositei um beijo demorado na cabeça da Karina.

- Que...quem é vo... você? - A mesma murmurou com a voz cortando, fazendo meu coração parar de imediato.

- Co...como assim? Sou eu, Benjamin, seu noivo...- Karina franziu o cenho. - Você não se lembra? - Sussurrei sentindo minha respiração falhar.

- Estou brincando, meu amor. - Suspirei vendo um sorriso ladinho no rosto da mulher em minha frente. Parece que cem toneladas saíram das minhas costas agora.

- Pelo amor de Deus, Karina, não faz isso comigo. - Neguei passando a mão no rosto.

- Desculpa. - sorriu fazendo uma careta de dor.

- Não fala muito, está tudo bem. Acredite, estou aliviado em ver que está bem. - sorri enchendo o rosto dela de beijos. - Me desculpa por não ter feito nada, eu deveria ter descido com você, te protegido...

- Você não tem culpa, amor. - negou acariciando meu rosto. - Não teríamos como saber.

- Eu deveria imaginar. - Ela negou - Sim, eu deveria. Disse que te protegeria e não foi o que eu fiz.

- Não havia nada que poderia ter feito, querido. Eu estou bem, só com um pouco de dor.

- Então deveria ficar em silêncio, pode machucar você, não sei. - Falei um pouco perdido. Karina concordou. A cobri novamente e apertei o botão para chamar a enfermeira.

Não demorou para chegarem no quarto, eles fizeram todos os procedimentos com a Karina e levaram ela para fazer algum exame, não sei ao certo ainda o que ela foi fazer.

Respirei aliviado pegando o celular no bolso, Talita deve estar andando de um lado para o outro pela casa. Como nas últimas ligações, no primeiro toque ela me atendeu.

- Oi, meu filho. Alguma notícia? - Talita falou com certo desespero na voz.

- Oi, Talita. Reginaldo está aí? - Sentei no sofá do quarto.

- Estou, pode falar. - Escutei a voz do mesmo bem próxima do celular. - Como ela está?

- Karina acordou tem uns minutos. - Sorri de lado e escutei com clareza o suspiro de alívio dos dois.

- Graças a Deus. - Talita falou com a voz embargada. - Como ela está? Tudo bem?

- Aparentemente está bem, quando acordou até fingiu que não me conhecia. - Ri e pude escutar a risada deles.

Caminhos traçadosOù les histoires vivent. Découvrez maintenant