Capítulo 27

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Benjamin Castro Belchior

    Eu estou suando frio. Faltava meia hora para o horário que Karina marcou pelo e-mail, estava quase desistindo de tanto nervoso, minha barriga está como se fosse em um parque de diversões.

    Não consegui dormir essa noite, me remexi várias vezes na cama, pensando se deveria mandar alguma mensagem para Karina, se deveria ligar para a mesma e explicar tudo ou até mesmo responder o e-mail falando que não conseguiria ir, o que seria uma mentira, então resolvi não falar e esperar, mesmo que isso me custe uma noite de sono e meu psicológico no momento.

— Pronto, blusa passada — Jade entrou no quarto com uma camisa de botões — você ainda não se arrumou, Benja? Poxa, a praia não é tão perto daqui — negou pondo a camisa na cama.

— Eu não consigo — respirei fundo — ela deve estar com muita raiva de mim, achando que eu enganei ela.

— Pelo amor de Deus, Benja, tire isso da sua cabeça. Eu falei com a Karina de manhã sobre trabalho e ela estava normal, você está desesperado demais, vai acabar falando besteira na hora — segurou meus ombros — vai, respira fundo — fiz o que ela falou — isso, agora coloque sua roupa, arrume o cabelo e desça, combinado?

— Obrigado — agradeci sorrindo de lado. Jade beijou meu rosto e me deixou sozinho no quarto.
  
    Pus a roupa, arrumei meu cabelo, calcei meu tênis e me encarei no espelho.

— Você consegue, Benjamin —falei para eu mesmo no espelho. Respirei fundo pegando minha carteira e celular, pondo no bolso.

    Apaguei e desliguei tudo no meu quarto e desci vendo meus pais, Jade e Diego. A casa dos meus pais é sempre assim, quando tem alguma coisa, é todos na sala de camarote.

— Está muito lindo — minha mãe sorriu, levantando e arrumando a gola da minha blusa.

— Tem certeza que eu tenho que ir? — perguntei.

— Não era isso que você queria desde o dia da briga na empresa? — Diego perguntou — não tem como casar com uma pessoa sem assumir seus sentimentos.

— Mas ela nem deve querer me ver mais — suspirei.

— Meu filho, olha para mim —  Olhei para meu pai — Se ela não quisesse te ver, a mesma não teria marcado esse jantar, mas relaxa, vai dar tudo certo — assenti sacudindo minhas mãos.

— Agora vai, já está atrasado — Jade me jogou a chave do carro.

    Me despedi de todos e fui em direção a garagem. Entrei no meu carro e, depois de criar coragem, comecei a dirigir em direção a praia.

    Cheguei lá alguns minutos atrasados, mas acredito que não tenho problema. Parei o carro um pouco longe do restaurante e conseguia ver daqui o carro de Karina estacionado perto do mesmo.

    Respirei fundo saindo do meu carro e comecei a caminhar em direção ao restaurante. Eu sabia que era esse, não precisava nem ela falar qual restaurante era.

    Esse restaurante é na beira da praia, um elegante despojado eu diria. É bem casual mesmo, são poucas as vagas para reserva mas é muito, muito bom, é realmente difícil conseguir uma mesa aqui. Eu tinha confessado para Karina que tinha vontade de vir aqui, e ela disse que também tinha então, quando ela me disse no e-mail "restaurante na praia" eu tinha certeza que não seria outro a não ser esse.

     Assim que cheguei ao restaurante, a recepcionista já estava a minha espera então logo me direcionou ao segundo andar. Como eu disse, aqui é um restaurante bem casual, eles priorizam pela intimidade da família, casal, etc, é como se fosse várias cabines separadas direito para a praia, uma varandona eu diria.

Caminhos traçadosWhere stories live. Discover now