Capítulo 72

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Karina Reis Belchior.

    Finalmente tudo está devidamente seco para arrumarmos as malas, demorou mais ou menos quatro dias para estar tudo sequinho mas valeu a pena esperar. Peguei dicas com todas as mulheres da família e com Cecília, até porquê não sei montar a mala de um bebê, quem dirá de três. 

— Aqui, amor. — Benja entrou afobado no quarto das crianças. Ri da agitação do mesmo. — O que foi?

— Por que está correndo?

— Para chegar mais rápido. — Falou óbvio balançando o papel. — Tudo está aqui. — Sentou do meu lado colocando a lista em nosso meio.

— Tem tanta coisa aqui. — Falei lendo a lista e meus olhos pararam em apenas dois nomes. — Não acredito.

— O que foi? — Perguntou confuso procurando o que estava errado.

— Não compramos meus absorventes nem o álcool setenta. — Joguei a cabeça para trás.

— Droga, sabia que eu ia esquecer alguma coisa. — Murmurou levantando. — Vou lá comprar agora, se importa se eu for? Posso pedir alguém para comprar e trazer aqui.

— Pode ir, amor. Enquanto você vai eu vou separando os produtos de higiene. — Benjamin concordou me dando um beijo casto e saiu do quarto apressado. 

    Olhei direitinho a lista e levantei com a mesma na mão. Comecei a separar todos os produtos de higiene colocando no canto da cama auxiliar para ser mais fácil, vou ir dividindo em categorias para não me  confundir na hora de colocar na mala. Quando terminei essa etapa, comecei a ver as minhas coisas, eu poderia ir separando algumas coisas dos bebês mas essa é uma etapa que quero fazer com Benjamin, ele ficou todo animado por começarmos a fazer as malas.

    Estava pegando minhas camisolas quando Benjamin entrou no quarto de cara fechada e uma revista nas mãos.

— O que houve? — Perguntei preocupada ficando em pé.

— Louise, foi isso que houve. — Me estendeu a revista.

"Ex namorada do empresário Benjamin Belchior conta como era o relacionamento dos dois na adolescência"

— Só pode ser brincadeira. — Ri sentindo a raiva tomar conta do meu corpo. — Essa mulher é maluca!

— Todos estão falando sobre isso nas ruas, sobre algo que não é nem ao menos verdade. — Sentou já cama auxiliar jogando a cabeça para trás. — Só queria passar essa fase das nossas vidas sem nenhum problema.

— Vamos resolver isso, amor, não se preocupa. — Sentei ao lado dele o abraçando. 

   Enquanto Benjamin se acalmava eu fui ler um pouco da matéria para entender melhor o que essa mulher estava inventando dessa vez. Esses meses todos ela ficou sumida e achávamos que havia caído na real, mas pelo visto estava aprontando algo muito maior.

   Partes da matéria eram totalmente sem noção como "Eu sempre tinha que me esconder porque ele não gostava que soubessem do nosso namoro", "As vezes Benjamin era bem grosso comigo na frente dos nossos amigos". A raiva que eu estava por essa mulher só aumentou ao ponto de precisar parar de ler para minha pressão não subie.

— Vou buscar uma água para você. — Levantei levando a revista comigo. Peguei uma garrafa de água no frigobar do nosso quarto e antes de voltar para o das crianças meu celular tocou, olhei o mesmo vendo que era Diego e atendi. — Oi Di.

— Oi, cunha. — A voz de Diego foi cautelosa. Imagino que já tenha visto a revista ou até mesmo as milhares de postagens que provavelmente estão rodando pelas redes sociais. — Vocês já viram?

Caminhos traçadosWhere stories live. Discover now