Capítulo 43

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Karina Nunes Reis.

— Olha só, não imaginava encontrar você aqui, Karina, mas confesso que foi melhor do que eu esperava. — Encarei o crápula na minha frente. Ele está totalmente irreconhecível.

     Kevin estava com as olheiras fundas e escuras, o rosto estava pálido como se não pegasse sol a muito tempo, a barba grande e um sorriso meio torto. Além de estar com uma roupa totalmente preta e larga com capuz.

— O que está fazendo aqui? Achei que estaria preso. — debochei cruzando os braços. — Aliás, como entrou aqui? Que eu saiba você está expulso da empresa.

— Com dinheiro se consegue tudo. — deu um sorriso nojento me olhando. — sabe, Karina, eu fiquei esse tempo todo pensando em uma forma de me vingar de vocês, ia ser complicado já que eu teria que fazer isso em três partes, mas vocês me fizeram um enorme favor começando um relacionamento com os Belchior, o que é extremamente irônico já que as duas amiguinhas pegaram os irmãos. — riu.

— Cai na real, Kevin, você só está se prejudicando, cara. — neguei bufando. — você pode muito bem seguir sua vida em outro lugar, não está incapaz de trabalhar e muito menos de viver. Por que quer tanto acabar com a gente? Você já não quer nada com o bebê, isso não é novidade e sinceramente eu nunca tive dúvidas de quem é de verdade, mas já está ficando humilhante até para você. 

— Vocês me tiraram tudo! — gritou deitando um pouco a cabeça. — eu tinha dinheiro, tinha a confiança dos Belchior, tinha controle total da sua amiguinha estúpida e ninguém estava no meu caminho me impedindo de seguir meu plano de comandar essa merda toda aqui. — apontou ao redor. Fechei a mão com a respiração acelerada com raiva de ouvir ele falar assim da Eloá. — mas aí veio esse bebê, essa droga de bebê e estragou tudo, você poderia ter ficado quieta mas não, a espetacular Karina Nunes tem que ser a salvadora do dia, não é mesmo? — Fiz menção de avançar nele mas o mesmo sacou uma arma do bolso. — Ficou surpresa? dessa vez eu tenho uma arma, não você.

— Aquilo era uma arma de confetes, seu estúpido! — Exclamei irritada.

— Arma de confetes? — perguntou incrédulo. Se fosse em outra ocasião, eu até iria rir da cara que ele estava fazendo — Está falando sério?

— É, uma arma de confetes, papéis coloridos se preferir. Enfim, vamos combinar uma coisa? Você sai dessa empresa e some das nossas vidas, caso contrário...

— Caso contrário o que? Vai chamar a polícia? Me entregar de novo? — negou com um sorriso trêmulo. — você não entende que perdeu, Karina? Todos vocês perderam e minha vingança vai começar por você. — revirei os olhos. Até nessas horas ele não é original.

— Vingança é tão ultrapassado. — Murmurei encarando minhas unhas. Kevin ia começar a falar alguma coisa mas ouvimos o barulho da porta do elevador. Antes de eu me virar para olhar, Kevin abriu um sorriso maior e meu coração falhou escutando a voz do Benjamin.

— Que bom que ainda está aqui, você esqueceu seu bla...— não consegui escutar Benjamin terminar de falar. As únicas coisas que eu escutei foi a arma sendo destravada e o disparo.  

Benjamin Castro Belchior.

— Não, não, não, não. — Murmurei sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Tudo estava como borrões, desde Kevin saindo correndo com um sorriso nojento até Karina caindo nos meus braços. — Amor, olha para mim, por favor, não fecha o olho... — supliquei acariciando o rosto dela. — Alguém chama um médico. — gritei vendo um grupo de pessoas ao nosso redor. Onde eles estavam quando esse homem entrou aqui?

— Benja...

— Shii, não fala nada, só fica acordada, está bem? Você vai ficar bem, nós vamos nos casar, ter nossos filhos, você vai ficar bem, vai ficar bem. — repeti essas palavras que eram verdades para mim, ela vai ficar bem, ela vai ficar.

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