Capítulo 7

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Benjamim Castro Belchior.

    Eu estava muito irritado, no meu horário de almoço, horário esse em que EU poderia estar comendo na minha sala tranquilo, mas não, eu tive que ir até o Madero comprar o bendito hambúrguer para o Diego, eu até tentei pedir da empresa mas estava dando errado então lá fui eu para o restaurante, esperar em uma fila enorme. 

    Fiquei mais de uma hora esperando o hambúrguer dele, não fui burro também, pedi um para mim também senão passaria fome, Deus me livre ter que esperar mais um tempo para pegar meu almoço, já vou ter que almoçar enquanto trabalho.  

    Entrei na sala de Diego sem bater nem nada, o mesmo levantou o olhas despreocupado e encostou na cadeira com os braços atrás da cabeça.

— Está aqui seu Cheeseburguer cordeiro super, batatas fritas e coca cola - coloquei a sacola na frente dele. Diego sorriu satisfeito abrindo a sacola.

— É muito bom fazer negócio com você, irmãozinho - falou apontando uma batata frita em minha direção, colocando a mesma na boca logo após - só demorou né, poderia ter sido mais rápido - debochou.

— Então da próxima vez vá você, seu abusado, já fiz o favor de sair da empresa e esperar mais de uma hora em uma fila para pegar seu almoço, agora você vai me livrar dessa reunião sem que eu leve uma se quer bronca depois quando nosso pai ficar sabendo - apontei o dedo para Diego, que levantou as mãos em rendimento.  

— Fique tranquilo que eu sei o que faço, vou dizer que você esqueceu que tinha marcado um consulta de rotina para hoje a tarde, ele não vai nem reclamar pois sabe que você é nojento e chora para ir ao médico - falou me provocando, revirei os olhos saindo da sala e enquanto ele ria- de nada - gritou dentro da sala e eu dei dedo sabendo que ele estava vendo pelo vidro.

    Entrei na minha sala já ligando o computador e colocando na reunião, iria fazê-la comendo meu Cheeseburguer mesmo, a reunião era com um dos filhos do sócio do meu pai, eu conhecia muito bem o Bruno e já tínhamos intimidade para isso, aliás, ele mesmo já fez isso várias vezes, até trocando de roupa ele já fez uma reunião comigo, pois é, não foi uma boa ideia mas fazer o que, ele já é pai, nem sempre vai ter um minuto de silêncio em casa, como agora inclusive, foi entrar na reunião para vê-lo todo pintado de maquiagem e com um bebê no colo dormindo.

    Bruno é pai de três meninas, sim, o cara só fez filha, a mais velha tem sete anos, a do meio cinco e a mais nova tem três meses. Uma vez ele fez uma reunião vestido de fada e sua filha do meio toda hora ia levar biscoitos para ele dizendo que eram mágicos. Essas meninas são umas figuras.

— Está lindo de maquiagem, meu amigo, é da Quem disse Berenice? - zoei comendo um batata.

— Há há há, como você é engraçado - revirou os olhos ninando a bebê - quando você tiver filhas vai entender, elas não me dão um minuto de paz sem essas maquiagens, é a terceira maquiagem que recebi só em meia hora.

— Pois fique você sabendo que vai demorar para eu ter filhos, e se eu tiver filhas, elas vão me maquiar apenas se eu deixar - pura mentira, eu iria ser o pai mais babão desse mundo, e se depender de mim, logo mais tem um bebê no meu nome.

— Sei, vou fingir que acredito nisso - negou e arregalei os olhos com as mais velhas gritando no fundo - Leora e Isabel, se eu voltar a brigar com vocês por conta de grito vai ficar as duas sem ir no parque mais tarde - gritou de volta e acabou assustando a bebê, que começou a chorar - oh meu Jesus, desculpa filha, papai esqueceu - murmurou ninando a bebê de novo - foi mal, cara, vida de pai de três não está sendo fácil - se desculpou envergonhado. 

— Sem problemas, é divertido ver - ri comendo meu hambúrguer - Rebeca não está em casa?

— Está no banho, falei para ela que ficava tomando conta das crianças mas tinha esquecido da reunião, lembrei com você me ligando - suspirou e encarou a frente, provavelmente Receba estava entrando ou as meninas.

Caminhos traçadosWhere stories live. Discover now