REI SOBRE A MONTANHA - Spin-off da trilogia "Ela é do Príncipe"

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OS OLHOS DO REI ENCARAVAM as grandes e belas montanhas rochosas que se erguiam acima do mar, além de uma bruma leve que ondulava acima das ondas e das rochas dos penhascos adiante

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OS OLHOS DO REI ENCARAVAM as grandes e belas montanhas rochosas que se erguiam acima do mar, além de uma bruma leve que ondulava acima das ondas e das rochas dos penhascos adiante. Montanhas ponteagudas que pareciam ferir os céus de tão altas e vastas. A nau balançava sob seus pés e se fosse em outra época, teria vomitado, mas não, preferia admirar aquelas terras como se admirava uma bela donzela. Contou quinze ou vinte gaivotas planando perto dos rochedos, quase cinzentas, e as pedras ainda mais escuras do que deveriam ser. Era dia, mas estava tão nublado que parecia noite e o mar estava agitado.

—  Soltar as últimas amarras! Preparar para atracar! — gritou o capitão do navio, Sir Humphrey Tohgarth.

O rei se virou para o capitão e franziu. — Atracar? Aonde? — questionou, pois tudo que o rei Caos via eram ondas agitadas e desfiladeiros de rocha caucarias mortalmente íngremes.

O capitão o olhou com suavidade. Era um elfo resignado, mas ainda sim, um homem do mar. Era duro, de queixo quadrado e voz rouca, mas ainda sim, suave.

— Majestade — ele ergueu um pouco a voz —, encontrarei terra, uma praia e poderemos montar acampamento finalmente — disse.

Caos sorriu. — Achei que gostasse de navegar.

— Um verdadeiro capitão tem tanto amor e anseio pelo mar quanto por uma cama quente e confortável, majestade. — disse-lhe o capitão.

O rei deu de ombros e deixou-o trabalhar, virou-se e voltou a observar as longas colunas colossais de pedra negra que formavam as montanhas. Ao menos, pareciam tão semelhantes a sua casa.

Caos engoliu em seco e pensou na Terra-média, nas montanhas e em seus filhos. Deixara Nëssa em seu castelo nas montanhas, e agora, o povo dele a chamavam de “Rainha”, e ela governava tão sabiamente como ele governou. O filho, Bard, casou-se com Ayla Selene, filha de Aragorn e Arwen, e vivia em Arnor, em uma grande propriedade com jardins e uma pequena colônia. Bard havia escolhido a mortalidade para poder viver uma vida ao lado de Ayla, que após a morte do pai e a partida dos padrinhos para as Terras Imortais, preferiu dar seus anos de imortalidade e viver para seu povo. Talvez, se passasse muito tempo longe da Terra-média, poderia nunca mais vê-lo. No entanto, estava naquela jornada, mas pretendia quanto antes voltar. Ainda gostaria de conhecer seus netos e estar presente quando sua filha se casasse, embora isso pudesse demorar algum tempo.

Desviou os olhos por um momento para o convés do navio e viu alguns de seus guardas do Reino da Montanha, e sentiu falta de Adamar e Geraldine – eles haviam ficado, assim como a condesse Argaladiel, para auxiliar a filha. Porém, ali também estavam alguns guerreiros poderosos e fortes o bastante para uma viagem tão astuta e imprevisível. Entre eles, o tenente Tharatiel Mallisver, um elfo de cabelos negros e olhos ainda mais escuros; o tenente Ruvyn Stark, com seus inseparáveis alaudes e flautas. Ele gostava de cantar e tinha um humor agradável, apesar de ser mortal na espada. O Senhor Comandante do Exército das Montanhas, Sir Eivior Monfis, e seu irmão caçula, e guarda-pessoal do Rei, Sor Gael Monfis, que estava na proa do navio, olhando as ondas enquanto os membros da tripulação zanzavam pelo convés sob trovejadas ordens do capitão da nau.

Lua de Cristal - Ela é do Príncipe - Vol.3 - CONCUÍDOWhere stories live. Discover now