Capítulo 37🌙Ultimato e o fim do Inimigo/Parte 1

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Nota inicial:

Boa leitura ♥

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O punhal voou direto e certeiro. Cravou-se na boca aberta [dele] e prendeu-o nas costas da cadeira.
– Graceling, O Dom Extraordinário,
de Kristin Cashore

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PARTE I

Legolas chegou às portas e suspirou. Seu pai estava ao seu lado, sua irmã a sua direita, e Caos estava atrás. Ele ergueu seu olhar para encarar as pedras gruturais do Monte Gundabad, cinzentas e frias naquela tarde de verão. Um exército de elfos se estendia atrás deles, reluzindo em dourado e prata, sob a luz tênue do sol sobre as nuvens cinzentas.

O portão estava fechado, mas havia uma ameia mais acima, e lá estava ele... Rubel Blatter Salazar, filho de Joseph e Morgana. E o peito de Legolas ferveu de ódio ao ver um sorriso no rosto dele – tão desafiador e absurdamente sádico que o fez ter arrepios, mas não o bastante para acalmar o fogo e a sede de vingança que ele possuía na boca. O inimigo usava uma grande capa negra que balançava na brisa gelada daquele dia, e capuz, tão absurdamente cravejado de pedras preciosas que parecia mais um sino de uma grande torre real do que de uma roupa. Seus olhos verdes quase se assemelhavam a esmeraldas, mas que possuíam um cintilar sádico e destruidor; um lugar que Legolas evitava de encarar pois as trevas gritavam do fundo deles e atormentavam o príncipe. Seus cabelos louros balançavam ao vento e seu rosto se cortorceu em sorrisos frios e cruéis, intimidadores e tiranos. Por sob a capa, luzia uma armadura de aço prateado, uma cota de malha tilintante e ombreiras de ouro. Ele não portava arma alguma, pois – Legolas sabia –, sua verdadeira arma, seu verdadeiro poder, estava nos olhos dele, em sua boca e em sua mente. Rubel era mais poderoso que seus pais, um dia, foram, e aquilo deixava todos – até mesmo os elfos da floresta – tensos. Rubel encarava o exército de forma despreocupada e divertida, e mexeu os dedos em direção a parte de dentro do Monte. As portas logo foram abertas e dois seres saíram caminhando tranquilamente.

Um homem se aproximou dos elfos. Seus olhos completamente negros observavam-nos e seus lábios se entortaram em um sorriso. Ao seu lado estava uma mulher, que Legolas reconheceu como sendo Dianora, a dama de companhia de Arwen que cincundava Legolas todas as vezes que ele visitava o velho amigo, Rei Aragorn. O príncipe dos elfos trincou os dentes e a encarou de modo frio. Dianora, porém, sorriu.

— É bom vê-lo, alteza. — Ela cumprimentou friamente — Depois de tanto tempo.

— Não vim aqui para falar com você. — Afirmou, duramente.

Ela ergueu as mãos. — Não?! Por que?

Legolas avançou alguns centímetros, montado em Sol, e encarou a garota severamente. Se antes a enojava, agora, a repudiava.

— Porque eu posso parecer, mas não sou tonto. — grunhiu — E eu sei que negócios se faz com o dono dos porcos, e não com os porcos! — E forçou um sorriso.

Dianora deixou o sorriso desaparecer e o fitou com uma raiva latente. Ela mordeu a língua.

Então, ouviu-se palmas do alto da ameia e Legolas olhou naquela direção. Rubel sorria.

— E eu pensando que os elfos não sabiam se divertir. — disse, e aquele sarcasmo e perversidade, lembrava muito sua mãe, Morgana. — Parece que eu estava enganado.

Lua de Cristal - Ela é do Príncipe - Vol.3 - CONCUÍDOWhere stories live. Discover now