🌙Epílogo🌙

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Aran tocou minha mão e me encarou. Eu suspirei, não suportando seus poderosos olhos cinzentos sobre mim. Abaixei a cabeça e critiquei-me internamente. Parte do meu corpo estremecia como se papai tivesse gritado, e a outra parte, suava. Eu arfei, calada. Abaixei as unhas em direção ao cilindro de metal e suspirei, deslizando a mão pelo aço. Aran, porém, resistindo ao meu silêncio momentâneo, levou os dedos até meu queixo e me fez olhá-lo. Seus lábios estavam pressionados, um contra o outro, e ele respirou fundo.

— Sabe o que eu acho disso, não sabe? — Ele ergueu uma sobrancelha. Seus cabelos louros caíam em seus olhos.

Eu bufei.

— Mamãe e papai não vão gostar de saber que você anda cavalgando além dos limites permitidos pelos Valar. — Ele alertou-me — Temo o que possa acontecer se caso Manwë, ou qualquer um deles, descubra.

Olhei para Aran. Ele era protetor, assim como todo irmão mais velho, mas as vezes, chegava a ser irritante. Peguei o cilindro e segurei-o, firmemente.

— Eu preciso descobrir. — disse — Por favor, Aran, ajude-me!

Ele suspirou e olhou para as minhas mãos. — Não sou o mais indicado. — defendeu-se. Eu bufei, franzindo os lábios e revirando os olhos. — Veryn é uma guerreira nata! Ela pode ser mais útil. Ilëss-Van, então, não posso nem mencionar...

— Pare de falsa modéstia, irmão. — O interrompi — É sério. É ridículo isso!

Aran deu um sorriso. — Abusada! — disse ele.

Eu bufei e peguei a mão dele. — Veryn e Duil são ótimos. Taëdeth e Orëss são bons guias, navegadores, geólogos e astrônomos. Ariela é ótima assassina. — Olhei fixo para ele e forcei um sorriso. — Mas, acontece, que você é o meu irmão gêmeo, e nossas habilidades podem ser úteis.

Aran suspirou e olhou para o cilindro. — O que tem aí dentro? — perguntou.

Eu olhei para o aço luzindo ao sol. Cintilando como as estrelas do céu, e suspirei.

— Ainda não posso te contar.

— Por que não?

— Preciso ter certeza. — esclareci.

Aran se levantou e cruzou os braços. — Então, quando tiver certeza, venha falar comigo e pensarei no caso. — disse ele, sério. — Até lá, Arin, comporte-se!

Meu irmão saiu andando em direção ao palacete e eu bufei, encarando o cilindro na minha mão. Deitei-me no banco de mármore e observei o sol – dourado, quente, imaculado.

“Uma princesa, coitada, amaldiçoada por inteiro. Para salvá-la somente uma chance – de um príncipe, o amor verdadeiro”

As palavras que ecoavam na minha mente me cansavam. Eu suspirei.

— Você vai conseguir. — disse a mim mesma — Você é filha de Aranel. Você é filha de Legolas. — eu suspirei e encarei o cilindro. Ele estremeceu na minha mão. Sorri. — Eu sou Arin Ëll! E irei me livrar dessa maldição!

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Lua de Cristal - Ela é do Príncipe - Vol.3 - CONCUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora