Capítulo 34🌙Anos depois

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Nota inicial:

Boa leitura♥

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Uma mulher da Cornuália, que teve a chance de ser guardiã de uma criança elfa, recebeu também certa água com que deveria banhar a face de seu protegido... e a mulher usou-a em si mesma. Ao fazer isso, um pouco espirrou em um de seus olhos, o que lhe deu a visão encantada.
Lendas e romances da Bretanha,
de Lewis Spence (1917)

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As pilastras brancas sustentavam um teto em domo, cor de ouro, ornamentado por detalhes finos de prata e bronze. Flores vermelhas enfeitavam as bases das pilastras e o chão era como um pátio prata-azulado. Árvores enchiam a trilha em volta e dividiam-se em direções contrárias às que estavam mais próximas do pátio. Mais a frente as pedras formavam ruas caucarias em várias direções, e no final da rua principal, erguia-se o mais belo palácio que Nel poderia ver. Era feito de pedras brancas e douradas. As portas eram de vidro e as janelas  de aço. As torres mais altas eram revestidas de mármore e o topo pontiagudo de cada telhado parecia feito de porcelana. Bandeirolas vermelhas tremulavam nas ameias, mas havia uma bandeira maior no topo da mais alta torre. Ela era branca, as bordas eram bordadas por linhas vermelhas, e no centro havia um símbolo dourado e prateado antigo.

Seu Palácio de Verão. Nem ao menos lembrava ou se parecia com as ruínas que antes se encontravam. As Ruínas Midrith era o nome anterior. Capital do Reino da Floresta Branca – Vellen – foi o nome original daquele lugar. Silmalótë e Malina, talvez, gostariam de ver o que ela fez ali – tudo exatamente igual a visão que ela teve, a muitos anos atrás. A primeira vez que ela viu aquele lugar estava acompanhada da Valier Nienna. Ela suspirou.

Aranel permaneceu com os olhos cravados no castelo e viu suas suntuosas portas de vidro se abrirem.

Um elfo saiu para fora do palácio. Ele trajava uma roupa escura, vinho e preta, cravejada de pedrarias luxuosas que cintilavam nas luzes lúgubres dos postes de aço. Uma capa ondulava em suas costas, era branca como a neve. O rosto dele era sereno, sua pele mais parecia porcelana pura, brilhante e cuidada pelos produtos élficos. Seus lábios eram deliciosamente sedutores, avermelhados e sadios. Os olhos dele, de um azul tão vivo quanto o céu, observaram as ruas com cuidado enquanto que seus cabelos dourados caíam pelos ombros, como se fossem fios luminessentes de ouro, ou raios incandescentes de um sol de verão. Estavam enfeitados por uma tiara de prata que contrastava perfeitamente. Ele era tão magnífico, mas ficou ainda mais perfeito em roupas que lhe cairiam bem se fosse rei. Todavia, ele era um rei ali. E governava com justiça ao lado de Aranel.

Ela sorriu ao vê-lo e ele retribuiu. Estava com saudades dele – do cheiro, do beijo, e dos carinhos. Ele era o melhor marido do mundo!

— Ada! Papai! — As crianças gritaram e Legolas se virou, abaixando e abrindo os braços para recebê-las em seu colo. Os dois abraçaram o pai e Nel deu alguns passos naquela direção, rindo.

A rainha arfava e sentia a dor rasgar sua cintura como uma faca, e então, ergueu-se um pouco e gritou. O corpo dela ficou mole no momento em que o choro do bebê ecoou alto pelo quarto.

Florine enrolou a criança em um manto prateado e sorriu. Aranel sentiu-se leve e olhou para a curandeira.

— É um menino! — anunciou a elfa.

A rainha tomou o filho nos braços e riu, enchendo-se de um amor incondicional. Ele era miúdo, louro e de bochechas rosadas, porém, ainda cheio de sangue, sua frágil pele estava arroxeada. Mas, ele era perfeito. Não se parecia em nada com ela, e muito menos com Legolas. Entretanto, ao vê-lo bocejando, Florine sorriu.

Lua de Cristal - Ela é do Príncipe - Vol.3 - CONCUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora