Capítulo 11🌙 A Quinta Carta

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Nota inicial: Sejam bem-vindas a mais um capítulo...

Boa leitura ♥

🌙

O rei acariciou o semblante do filho e suspirou. Legolas finalmente pegara no sono. Apesar de dormir de modo pacífico, seu rosto carregava um fardo enorme, e estava castigado pela dor. O rosto dele estava molhado, seus olhos inchados e seus lábios roxos como as amoras silvestres. Aquilo partiu o coração dele, e Thranduil fechou as mãos em punhos, apertando com força e mordeu o lábio. Legolas, depois de ficar sabendo do conteúdo da carta de Aranel, trancou-se em seu quarto. Não falou, não comeu, e não saiu por quinze dias. E agora que dormia, era evidente que ainda sofria. Vencido pelo cansaço, jogou-se na cama e fechou os olhos.

Thranduil se encolheu, sentado ao seu lado, e suspirou. Olhou para as janelas por onde a luz pálida da Lua Cheia entrava, e iluminava o piso de carvalho escovado.

— Aranel — ele sussurrou, ao vento —, você se foi. E levou muita coisa consigo. — então, o rei abaixou a cabeça e limpou a garganta, reprimindo a vontade que teve de chorar.

Ele sempre teve sentimentos por ela. E agora que estava morta, e seu filho doente, sabia que esses sentimentos sempre foram afetivos. Thranduil a amava como uma filha, e perdê-la não estava sendo fácil. E não seria fácil.

Uma brisa entrou pela escotilha, mais acima, próximo ao teto e estava gelada como a noite lá fora. Sabia lidar com o luto – o engolia e tentava, de todas as formas, seguir em frente. Mas nunca pensou que se sentisse quase tão mal quanto quando perdeu sua esposa. Wilwarin foi levada para longe dele, cedo demais, cruel demais. Brutal demais. E a falta dela o assombrava todos os dias. Não havia um dia sequer que ele não pensasse nela... E em como seria sua vida juntos, se ela ainda estivesse ali. A única coisa que restou dela foi uma coroa, algumas Gemas Brancas, e Legolas – seu tesouro mais estimado e precioso. Ele era tudo que Thranduil tinha dela. Tudo que lhe restou do amor verdadeiro.

O Rei Élfico olhou mais uma vez para o filho e sentiu sua garganta se fechar. Uma lágrima escorria pelos olhos do príncipe. Dormindo. Provavelmente, sonhava com ela. E sonharia pelos próximos anos. Até ir ao seu reencontro.

— É uma dor tangível. — murmurou para si, limpando a lágrima do filho com cuidado. — É incurável enquanto permanecer aqui. — Thranduil se inclinou sobre o filho e, suave e carinhosamente, beijou a testa dele. — Mas, você vai ficar bom. Você é Legolas, filho de Wilwarin. É forte como sua mãe.

O elfo se remexeu porém, não acordou. Thranduil sentou-se novamente, entrelaçando os dedos sobre as pernas e respirou fundo. Só havia uma espada em sua bainha, e aquilo lhe cortou o coração.

— Lâmina Maldita. — murmurou. Então, ele mordeu o lábio. — Maldito seja este nome. — e bufou.

Thranduil se levantou e caminhou até a mesa perto da janela, onde havia uma bandeja com um jarra de vinho e taças. E se serviu. Ao lado da bandeja, estavam as últimas das seis cartas que Aranel confiou a ele antes de partir. Uma delas endereçada a ele. E a outra, escrita com tinta preta-azulada, Aranel assinara o próprio nome. Ele cumpria as promessas que fazia e pegou a carta que era para ela, e a colocou dentro de um pequeno baú de carvalho e ferro, ouro e prata. Trancou. Então, ele pegou a carta para ele, tomou mais um gole do vinho, e se sentou na cadeira no canto do quarto.

Lua de Cristal - Ela é do Príncipe - Vol.3 - CONCUÍDODonde viven las historias. Descúbrelo ahora