Lua de Cristal - Ela é do Príncipe - Vol.3 - CONCUÍDO

Capítulo 27🌙Conversa no jardim

Nota inicial:

Boa leitura ♥

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“Ele tinha cabelos incomumente compridos para uma conduta tão séria; sob seu feitiço, eles brilhavam como finos fios de prata.”
Terrível Encanto
– de Melissa Marr

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Aranel esperou até que ela respondesse. Havia ousadia naquele momento, mas a princesa pouco sabia do seu passado. E permaneceria assim, mas ela não tinha muitas pessoas com as quais poderia conversar sobre aquele assunto, e Nel conhecia bem a sensação de fantasiar uma pessoa. Não queria que aquela doce princesa passasse por aquilo, mesmo que tivesse que mentir um pouco.

A princesa suspirou e engoliu a saliva com dificuldades, prendeu a respiração e abaixou o olhar.

— Papai diz que eu lembro ela. — disse Eáránë com a voz mais baixa, beirando a um sussurro fraco. — Não creio muito nisso. Meus cabelos são claros, mamãe tinha cabelos escuros.

Aranel a observou. Tão calada, assustada, tão inocente e jovem, cheia de vitalidade; um brilho incomum irradiava de seus olhos, tão audaz e forte quanto o brilho que Thranduil possuía. Seu rosto era parecido com o de sua mãe, apesar dos cabelos claros, e seu sorriso não era tão distante e frio. Ainda sim, Eáránë era quase como uma cópia perfeita de Lossë, aparentemente. Talvez ela já soubesse o que lhe aguardava, e desejou que a filha lhe fosse parecida, para sempre haver uma lembrança, mesmo que dolorosa, dela. Aranel a entendia, depois de tantos anos. Lossë não foi culpada por nada – fizeram sua cabeça, porém, ela se apaixonou pelo rei e deu adeus ao seu posto de espiã no exército de Joseph Blatter.

Ela se lembrou das maldades de Blatter e Morgana, e estremeceu. As sombras das pedras do castelo às suas costas pareciam girar, sussurrar e morder o ar em torno dela. Nel colocou as mãos para frente, arrumou os cachos em frente ao busto e tocou a coroa que usava na cabeça.

— Olhe para mim. — Ela levantou a voz e esperou até que Eáránë erguesse a cabeça.

Lentamente, a filha do Rei Élfico ergueu o olhar e suspirou, pesadamente.

Aranel deu um sorriso e ela se espantou. — Você é mesmo a cara de Anelossë Shalbarain. — disse — Apesar dos cabelos claros, você lembra muito ela. O mesmo nariz e os mesmos olhos azuis.

— Você a conheceu? — perguntou ela, curiosa e otimista. Ela parecia uma criancinha miúda. Seus olhos brilharam.

— Oh, sim! — Aranel sentou-se ao seu lado. — Sabe, sua mãe era o tipo de elfa que dava tudo por seu pai, por seu irmão e pelo reino. Ela era nobre e tinha uma personalidade incrível. — Eáránë ficou tão maravilhada com as palavras de Nel que não conseguiu esconder o sorriso. — Thranduil? Ela o amava e amava você também. Não iria gostar de vê-la triste, assustada e encolhida pelos cantos. Lossë era uma guerreira incrível, e quando vi você lutando, eu percebi que você tem muito mais da personalidade dela do que apenas a aparência.

— Irmão disse que mamãe era uma elfa silvestre. — ela colocou as mãos fechadas sobre as pernas. Respirou fundo e encarou as árvores da floresta. — É verdade?

— Disso eu não sei. Apesar de tudo que vi nela, Lossë não era de me dirigir a palavra. — Ops! Ela fechou a boca e viu o olhar de Eáránë ficar triste. Então, ela sorriu e tocou os ombros dela. — Isso porque ela era tímida.

A elfa deu um suspiro.

— Acredite, sua mãe foi uma elfa extraordinária. Ela a amava e protegeu você até sua morte.