Capítulo 8 🌙 Rei Thranduil/Parte I/

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Nota inicial: Respirem fundo... Vamos lá?

Boa leitura ♥

🌙

— Quanto tempo faz? — perguntou Nëssa à Eáránë.

Aranel andava atrás das duas. Não prestava muita atenção na conversa, estava calada e apreensiva para o encontro de logo mais. Não esperava que o Grande Rei Élfico fosse uma pessoa de muitos sorrisos, como sua filha, aparentemente, era; e sim, aguardava ver que as histórias sobre ele fizessem sentido. Pelo que ouviu ele era sério, intransigente, inegociável – não se você ceder às suas vontades –, era impossível ler suas expressões, e não era muito amigável. Mas, também carregava grande sabedoria e crueldade em seu interior. Aquilo a assustava e a deixava muito, muito nervosa. Entrou no reino de um Rei Élfico sem o consentimento, ou conhecimento, dele ou de qualquer membro de sua Corte. Esperava que, ao vê-lo, fosse condenada a prisão perpétua, enforcamento, ou qualquer dessas punições que existia nos livros. O Rei da Floresta das Trevas era famoso, mas não por sua bondade e complacência. Na verdade, duvidava que existia isso nele, mesmo não o conhecendo. E mesmo ouvindo da filha dele que ela, Aranel, era uma lenda entre os elfos. Duvidava disso. Se ela era uma lenda em alguma parte da Terra-média, então onde estava as histórias? As baladas contando e glorificando seus grandes feitos? Não havia muitas histórias sobre qualquer mulher chamada Aranel. E ela duvidava que vinhesse a existir. Ao mesmo tempo, estava confusa, pois os elfos não eram conhecidos por confusão, e sim por sua sabedoria e habilidade extraordinária em absolutamente, quase, tudo. E a princesa Eáránë estava convicta, e parecia, o tempo todo, admirá-la como se fosse uma pintura rara ou uma joia muito antiga.

Princesa Eáránë se era filha de Thranduil, não correspondia as histórias. Pois era doce, risonha e divertida. Ela saltitava enquanto avançava pelo corresdor. E Aranel sorria com aquilo. Ela não sabia que o Grande Rei, que governava a floresta à borda da Cidade do Lago, tinha filhos, e nem esposa. Mas ficou feliz em conhecer a, aparentemente, única filha dele. Pelo seu jeito doce e amigável, Eáránë deveria ser parecida com a mãe.

Duas princesas. Uma silvestre e a outra noldo. E Aranel vestida como uma rainha élfica, e se sentia bem com aquilo. Porém, não ficou muito confortável em se ver encenando algo que não parecia certo. Ela era mais familiarizada com a floresta, com a vida ao ar livre, do que com a Corte. Mas algo, em seu interior, berrava e lhe trazia uma estranha sensação de familiaridade com tudo aquilo. Como se já tivesse vivido aquilo e pertencesse àquele lugar.

Apesar de tudo, lembrou-se da voz da Lua e sorriu, saudosa.

Ela olhou para o lado. Para as paredes grossas, de rocha bruta, e percebeu que aquele lugar fazia jus ao nome: Salões do Rei. Ela estava na capital do reino. Aquele lugar era escavado no seio da terra e da rocha. As paredes eram grossas, impenetráveis, iluminadas pela luz bruxuleantes das velas do teto e dos castiçais de bronze e ferro, chumbados na casca grossa da terra. Seus dedos passeavam pelos vincos das rochas, pedra na pedra, e estavam frios como o inverno. Aquele lugar era escuro, e a cor predominante era a cor da terra – marrom, preto, dourado, cinza e vermelho. Havia um tapete fino e cor de areia no chão, mas o chão era detalhado com veios de prata e ouro. Muito diferentes das pontes de madeira surrada da Cidade do Lago. Sem dúvidas, o Rei não gostava de castelos rodeados de aristocracia, diferente do arrogante Senhor de Esgaroth.

— Ela morreu quando eu era bebê. — respondeu Eáránë à Nëssa, depois de um longo silêncio. Ela engoliu a saliva. Parou de saltitar e sorrir, e abaixou a cabeça. — Papai não fala muito sobre ela.

— Como se chamava? — perguntou a noldo.

A filha do Rei suspirou mais uma vez. — Anelossë. — disse ela — É só o que eu sei dela.

Lua de Cristal - Ela é do Príncipe - Vol.3 - CONCUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora