Capítulo 41🌙Partida {Penúltimo}

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Nota inicial: Esse capítulo ficou tão grande que tive q dividir... Aproveitem....

Boa leitura ♥

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O lugar para acampar e descansar favorito deles é embaixo de um pilriteiro... [que é] sagrado para os seres encantados, e geralmente [fica] no centro de um círculo de fadas.
– Lendas antigas, encantos místicos e superstições da Irlanda,
de Lady Francesca Speranza Wilde (1887)

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Aranel deu um passo a frente e ergueu seu olhar para a grande macieira. Suas folhas acastanhadas e vermelhas colidiam com a brisa outonal. Diferente da última vez em que ela esteve ali, a 166 anos atrás, quando as folhas eram verdes e viçosas, e perolavam através da luz do sol. Os frutos enchiam seus galhos, vermelhos e brilhantes, robustos e saudáveis, e que, ao longe, poderia-se vislumbrar. Era uma árvore alta, imensa e luziam ao sol. Agora, porém, a estação arrancou-lhe algumas folhas e seus saborosos frutos – Aranel se lembrava bem de seu sabor adocicado, e do estalo que se ouvia ao mastigar. A Macieira, porém, viu muita coisa.

Ela viu o atentado contra a vida de Legolas, por causa do Espectro, a muitos anos atrás – quando ela, pela primeira vez, se preocupou em salvar sua vida. Argumentando que ninguém mais era digno de acabar com a vida de um Greenleaf, senão alguém da Dinastia Vellenmar. Agora, contudo, sabia que ela realmente sentiu medo de vê-lo morrer, e nunca se perdoaria caso aquilo ocorresse. Foi ali também que ela abriu seu coração para ele, dizendo-lhe o motivo de ter tanto rancor e falta de fé no amor. Ele lhe abraçou e, também pela primeira vez, ela chorou em seu colo.

Tantos anos para os homens. Tão poucos anos para os elfos. Mas que, porém, para Aranel parecia ter sido a tanto tempo atrás. Naquela época o mundo era diferente – havia elfos andando pela terra, anões em grandes salões abobadados, e o Mal espreitando nas sombras. Agora, na Terceira Era do Sol, os elfos estavam partindo para Aman, os anões tornarariam-se menos teimosos, e o Mal se fora. Talvez para sempre, talvez por alguns meses, mas o mundo não era mais o mesmo. E Aranel duvidava que um dia poderia voltar a ser.

Ela inspirou fundo e saltou para o meio dos galhos, pousando suavemente no meio do tronco maior e segurando com as duas mãos os galhos mais altos. Então sentou-se ali e olhou para o horizonte. De um lado, a Floresta Verde luzindo em tons de esmeralda, ao meio do vale, as águas violentas do Rio chicoteavam as pedras cinzentas da margem. Do outro lado do vale, a Floresta Branca erguia-se em tons cintilantes, branca como o topo de uma montanha coberta de neve. E muito mais ao longe, a Montanha Solitária fendia o céu em tons claros de cinza. Um lugar tão distante, mas também tão perto.

Aranel se lembrou de quando brigou com sua mãe por causa dos anões de Erebor.

— Você não vai? — perguntou Nel entrando na sala do trono.

Silmalótë sentada em seu belíssimo trono a olhou de modo calmo e soltou uma respiração. Ela olhou para as janelas e franziu os lábios, suas mãos repousavam em seu queixo e seu pé batia insistentemente no chão.

— Ammë?! — chamou novamente a princesa.

A rainha a olhou e pareceu, somente agora, notar sua presença ali.

— Sim, yeldë? — sua voz calma e serena ressoou pelo ambiente como uma brisa de primavera.

— Você não vai? — tornou a perguntar.

A rainha soltou um suspiro. — Aonde?

— Erebor. — respondeu, dando um passo a frente. — Ouvi dizer que Smaug acabou com a Cidade do Lago, destruiu tudo e as pessoas que sovreviveram estão sem casa. — informou a filha — Podemos levar comida, cobertores, ajudá-los com armamento...

Lua de Cristal - Ela é do Príncipe - Vol.3 - CONCUÍDOWhere stories live. Discover now