Capítulo 5 🌙 A Floresta

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Nota inicial:

Boa leitura ♥

🌙

A floresta estava em completa escuridão, e a trilha logo cortava para a direita e para a esquerda, abruptamente, e o breu chegava a ser palpável. Aranel se apavorou com toda aquela escuridão, e tentou voltar para a clareira, por onde viera, porém, não obteve sucesso. Não enxergava a mão em frente ao seu rosto e não sabia onde começava, ou terminava, a trilha. Seus nervos estremeceram e ela se virou, sugou o ar com força, e olhou para cima, na infeliz tentativa de vislumbrar um raio da lua. Mas não havia luz ali, e não haveria, até amanhecer.

Apesar do medo frequente, Nel tateou as árvores em sua volta e se espremeu entre elas, caindo em um caminho de pedras do outro lado, e se sentou. Ela vageou as mãos pelo chão, eram pedras ovais e de casca grossa, e pareciam estar em todo o lugar. Nel olhou para cima, e sorriu, pois um facho de luz lunar penerou entre as volumosas copas das árvores, e desceu até tocar o chão. Iluminou uma rocha, e era negra como carvão. E Nel se alegrou em ver aquilo, olhou para a luz pálida e circular, e respirou fundo.

— Levanta-te e anda. — ordenou a Voz da Lua, através das folhas da Floresta, seu timbre era mais grave e poderoso. — Teus olhos veem aquilo que desejas. Só precisa de concentração.

Aranel ouviu aquilo com atenção, e respirou fundo mais uma vez. Então, fechou os olhos e se concentrou, imaginando um ponto de luz em sua frente, e o viu dançar, para um lado e para o outro. Foi quando as árvores se arrastaram para o lado, e a lua iluminou o local.

Nel abriu os olhos e piscou. A escuridão a sua volta se dissolveu, e ela vislumbrou árvores poderosas, de troncos grossos, galhos gigantescos e folhas escuras, e apesar do breu – de nenhuma luz penetrar naquela floresta -, ela conseguia enxergar o caminho em sua frente. Ela sorriu, e suspirou, aliviada por algum tempo.

Aranel olhou para a trilha. Seguia uma longa e ininterrupta rota para o oeste, então ziguezagueava através das árvores, dividindo-se em várias direções diferentes, e subia rumo ao norte. Depois voltava para oeste e, novamente, para o norte. Aquele lugar estava, brevemente, silencioso e Nel teve um calafrio. Qual caminho deveria seguir? Ela podia enxergar no escuro intenso da Floresta das Trevas, mas parecia que estava ainda mais cega.

— Não é atoa que a chamam de Floresta das Trevas. — disse a si mesma.

Ela sugou o ar, puxou a coragem que a alimentava em segredo, e escolheu uma trilha. Seguiu-a por um longo tempo, vageou pela floresta, medonhamente quieta e obscura, e ela temia que as árvores escutassem seu coração, debilmente disparado.

Seu corpo mais parecia um espectro através da massa escura da Floresta, pois sua pele irradiava uma luz pálida e fraca, e da espada emitia um brilho branco assombroso, nascido da prata. Silmagrûn era calada e leve, mas seu brilho esbranquecido a amedrontou por um longo tempo. Porém, distanciou aquele pensamento para longe e permitiu que sua cabeça esfriasse.

Ela pensou em Ruby, e em seu sorriso contagiante, e segurou a vontade de chorar.

Nel dançou pela sala, murmurando uma canção que costumava cantar, e girou. Seus olhos fechados moldavam a forma enigmática e maravilhosa de seu príncipe, e ela sentia todo seu corpo responder em um arrepio forte. Seus pés quase tropeçaram e, ao abrir os olhos, deu de frente para Ruby. A senhora sorria e enquanto carregava uma bandeja de biscoitos, disse:

Bela dança. — Nel parou e fez uma reverência. Não sabia de onde viera aquilo, mas continuou. — Parece uma princesa, ou rainha, dançando.

Ela sorriu. — Não exagere, minha senhora.

Ai de mim, exagerar. — defendeu-se a boa e gentil mulher — És tão graciosa como uma elfa.

Lua de Cristal - Ela é do Príncipe - Vol.3 - CONCUÍDOWhere stories live. Discover now