4

170 35 26
                                    

·mariana melo·

aline: não era pra você estar na escola? --- perguntou ao me ver entrar de fininho pela janela do meu quarto.

mariana: que susto, mãe. --- falei com a mão no peito tentando me recuperar. --- quer me matar do coração?

aline: porquê não ta na escola e como subiu até aqui? --- foi até a janela fechando a mesma. --- é alto, poderia ter caído.

mariana: como você se importasse. --- ri fraco.

aline: não recebi nenhuma ligação da escola, você fugiu é isso mariana? --- segurou meu rosto me encarando. --- seu olho ta vermelho, ta chapada? ta usando droga de novo?

mariana: não tô usando droga, me solta. --- afastei a mão dela.

aline: sabe o que você tem me trago mariana? problemas, problemas de todos os tipos e eu não consigo achar uma solução. --- falou frustrada andando pelo quarto.

mariana: isso você me diz todo dia.

aline: e você não se importa, caralho! --- aumentou o tom. --- EU FAÇO DE TUDO POR VOCÊ E VOCÊ SÓ ME TRAZ PROBLEMA. --- gritou.

mariana: ENTÃO VAI EMBORA. --- rebati. --- faz que nem ele e vai embora.

aline: não ouse colocar o nome do seu pai no meio dos seus problemas, se ele foi embora a culpa é sua. --- falou de uma vez, senti meus olhos marejarem.

mariana: eu quero que vocês dois se fodam.

aline: faz o que quiser, a partir de hoje não me importo mais com você. --- ela me olhou por um tempo e saiu batendo a porta com força.

mariana: VOCÊ NUNCA SE IMPORTOU. --- gritei irritada.

essa era minha relação com minha mãe, desde que meu pai tinha largado a gente nossa relação tinha mudado completamente. ela me culpava pela ida dele, mas eu tinha apenas sete anos de idade, qual merda de culpa eu tinha nisso tudo?

minhas lágrimas desciam rapidamente enquanto eu tentava me controlar pra não ter uma crise ali mesmo, a real era que eu tava cansada.

ouvi algo bater na janela, limpei minhas lágrimas e fui até a janela vendo lucas ali.

lucas: posso subir? --- perguntou, eu assenti me afastando da janela.

me olhei no espelho e limpei o restante de rímel borrado que tinha no canto do meu olho, não deixaria meu melhor amigo participar mais uma vez disso.

lucas: milagre do carai ter quarto arrumado. --- tirou onda assim que passou pela janela.

mariana: hum, e-eu resolvi arrumar. --- ri fraco, ele me olhou.

lucas: tu tava chorando, houve o quê? --- perguntou se aproximando.

mariana: chorando? claro que não né lucas. --- neguei rindo. --- óbvio que não, eu só...

senti lágrimas invadirem meus olhos novamente.

lucas: pô mari, vem cá. --- me puxou pra um abraço. --- foi ela de novo né?

mariana: eu tô tão cansada. --- assenti tentando segurar o choro mais uma vez.

lucas: eu noto pra caralho mas tu é forte beleza? tu já passou por muita coisa, tô falando isso porquê eu tava presente. --- passou a mão no meu cabelo. --- eu acho foda demais tu ser assim, incrível mesmo com tanta merda acontecendo.

mariana: obrigada tá? --- olhei ele que sorriu fraco e limpou minhas lágrimas.

lucas: tô contigo sempre, tu é minha irmã. --- me abraçou de novo.

nossa relação era assim, de irmandade e eu achava isso incrível. um sempre estaria ali um pelo outro, porquê é isso que irmãos fazem.

entre fumaçasWhere stories live. Discover now