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·mariana melo·

ver meus amigos de novo me trouxe uma sensação que eu nunca achei que sentiria de novo, poder abraçar eles...poder dizer ao cara que eu amava que eu realmente amava não tinha preço.

eu tava feliz pra caralho mas isso pareceu durar pouco

nós estávamos naquela conversa a minutos e eu só conseguia ter ódio do cara que um dia eu chamei de pai, luiz tinha se tornado um cara totalmente obsessivo e psicopata. tudo aconteceu tão rápido quando ele mirou pro corpo do lucas e atirou me fazendo gritar e fechar os olhos pra não ver aquilo.

lucas: pai! --- ele gritou e eu abri os olhos vendo murilo caído no chão enquanto sangrava depois de ser atingido.

murilo: c-chegou a hora de me perdoar, garoto. --- ele gruniu de dor.

mariana: murilo! --- eu gritei me aproximando.

murilo: eu vou morrer. --- ele falou chorando.

lucas: tu não pode me deixar caralho, não de novo! --- ele pediu. --- por favor, pai.

murilo: eu gosto quando tu me chama de pai, nunca ouvi mas eu gosto disso. --- ele riu fraco e logo gruniu de dor. --- por favor me perdoa.

lucas: não pode me deixar....

murilo: lucas, eu tenho pouco tempo. --- interrompeu ele. --- me deixa morrer sabendo que eu fui perdoado. --- ele pediu chorando.

lucas: eu consigo te perdoar agora pai, eu demorei pra caralho pra conseguir fazer isso mas agora eu eu consigo. --- ele riu em meio a lágrimas. --- eu te perdoou por tudo.

murilo: eu amo você meu filho, pra sempre. --- ele segurou a mão do lucas.

lucas: eu te amo pai, n-não me deixa por favor...não agora. --- ele chorava.

murilo: meu sonho sempre foi entrar contigo no casamento de vocês dois mas eu não vou poder estar lá. --- ele riu fraco. --- cuida dele mariana, por favor.

mariana: eu vou cuidar. --- assenti chorando. --- eu prometo.

lucas: pai, fica aqui por favor! ---- ele implorava. --- por favor, pai!

murilo: e-eu...

luiz: desgraçado. --- ele falou se aproximando com a arma.

caio: fica longe, filho da puta. --- caio gritou partindo pra cima dele, ouvi barulhos de tiro o que me fez paralisar ali mesmo.

caio conseguiu pegar a arma do luiz e mirou pro mesmo que estava baleado no chão.

giovana: se afasta, caralho! --- ela gritou apontando a arma pro carlos.

carlos: e-eu não vou deixar vocês saírem bem dessa. --- ele foi se aproximando enquanto apontava a arma pra gio que estava trêmula.

isac acertou uma paulada com força na cabeça dos dois caras fazendo eles caírem no chão.

mariana: o que pensa que tá fazendo? já não acha que estragou minha vida o suficiente? --- deixei que as lágrimas caíssem pelo meu rosto.

carlos: você destruiu minha vida, acabou com ela! --- gritou apontando a arma pra mim.

mariana: não! você destruiu sua vida, você por si próprio! --- apontei o dedo na cara dele, eu não me importava se ele tava com uma arma ou não.

carlos: eu tinha tudo planejado com sua mãe até você nascer e estragar toda minha vida, eu tentei diversas vezes matar você e sempre foi falho! --- ele gritou e destravou a arma. --- mas agora eu tenho uma chance e eu só preciso conseguir.

carlos colocou o dedo no gatilho e em um movimento rápido lucas entrou no meu meio levando o tiro no meu lugar.

carol: não! ---- ela caiu no chão entrando em desespero.

mariana: lucas! --- eu gritei me jogando em cima do corpo do lucas que estava baleado na minha frente.

carlos: você... --- carlos me encarou e logo caiu no chão depois de levar um tiro da polícia que logo invadiu ali.

policial: carlos melo. --- falou algemando meu pai. --- você tá preso por tráfico de crianças, tráfico de mulheres, assassinar jovens, sequestros e matar pessoas.

ele falou aquilo tudo me fazendo desabar ali mesmo, isso não podia estar acontecendo comigo. ver o pai do lucas morto na minha frente, lucas ali na minha frente quase desacordado parecia um pesadelo pra mim.

lucas: a gente conseguiu. ---- ele segurou minha mão. --- conseguimos salvar você.

mariana: você não pode me deixar? ta ouvindo? --- eu gritei segurando sua mão. --- não pode me deixar aqui!

lucas: tu foi a primeira pessoa que eu amei e vai ser a última que vou amar. --- ele sorriu enquanto lágrimas caiam pelos seus olhos. --- foi muito bom passar esses momentos contigo, mariana.

mariana: não fala como se isso fosse uma despedida por favor. --- eu pedi chorando feito criança.

a dor que eu estava sentido ali eu não desejava pra ninguém, isso dói tanto.

caio: irmão,me escuta...tu não vai morrer beleza? não vai! --- falou chorando enquanto olhava o lucas.

olhei ao redor vendo alguns policiais prenderem carol e luiz, um policial se aproximou da gente.

policial: desculpa a demora. --- ele pediu, encarei ele.

giovana: desculpa a demora? --- ela riu irônica. --- uma pessoa morreu, meu amigo ta quase morrendo e você pede desculpas pela demora?

policial: queremos nos redimir levando ele pro hospital e pagando todo o orçamento, ele ainda pode sobreviver. --- ele falou.

mariana: por favor, eu preciso que faça o possível. --- encarei ele. --- eu não posso perder ele.

lucas: mariana, me escuta. --- ele pediu segurando minha mão.

mariana: por favor, precisa ficar vivo por mim! não pode me deixar aqui! ---- eu supliquei. --- você é o amor da minha vida e é meu melhor amigo, não posso te perder.

alguns médicos entraram com duas macas e colocaram o lucas em uma delas, caio me abraçou apertado enquanto eu chorava em seu colo.

mariana: lucas, por favor.--- minha voz saiu afetada, os médicos pegaram ele.

lucas: feliz aniversário. --- uma última lágrima escorreu do seu rosto

e foi a última coisa que eu ouvi até sentir minha vista escurecer e meu corpo desmaiar nos braços do caio.

entre fumaçasWhere stories live. Discover now