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·mariana melo·

consegui trazer lucas com um pouco de dificuldade até minha casa já que ele tava bêbado e chapado pra caralho. o rolê que era pra ser bom acabou virando uma merda, o pai do lucas tinha estragado tudo mais uma vez e aquilo tinha prejudicado ele fazendo ele beber pra esquecer.

mariana: você vai tomar um banho e cair na cama, a gente tem aula mais tarde. --- sussurrei assim que entramos pela porta.

lucas: a gente não pode faltar? --- perguntou.

mariana: a gente já faltou demais. --- falei e ele fez biquinho me fazendo rir. -- vem, a gente tem que subir.

lucas: porquê? --- perguntou, encarei ele.

mariana: minha mãe pode ouvir a gente. --- sussurrei. --- agora vem.

ajudei o mesmo a subir até meu quarto com todo silêncio e cuidado do mundo, entramos e eu fechei a porta.

mariana: agora você vai tomar banho, te trouxe roupa pra dormir e ir pra escola. --- falei.

lucas: a gente pode conversar? --- ele me olhou.

mariana: sobre o quê? --- perguntei olhando o mesmo.

lucas: sobre eu ser apaixonado por ti. --- ele falou com a voz arrastada, senti meu coração acelerar.

mariana: para de falar besteira, você tá bêbado. --- falei desviando o olhar dele.

lucas: tô bêbado mas não tô mentindo. --- segurou meu rosto. --- tu não gosta de mim, é isso?

mariana: você precisa de um banho, a gente conversa sobre isso amanhã. --- falei e ele suspirou.

a real era que a um tempo eu estava sentindo algo por ele e eu só não sabia indentificar o que era. pra mim ainda era confuso mas agora ta claro, pra caralho. eu realmente estava apaixonada pelo meu melhor amigo e não tinha como negar.

lucas: tu não sente a mesma coisa que eu né? --- ele segurou meu rosto. --- só preciso que tu responda.

mariana: eu sinto. --- falei fazendo ele sorrir, um dos sorrisos que eu guardaria na memória pra sempre.

lucas: eu gosto de tu pra caralho. --- ele me deu um selinho. --- pra caralho. --- falou olhando nos meus olhos.

mariana: eu também gosto, muito. --- sussurrei me inclinando pra dar um selinho nele.

provavelmente eu me arrependeria por falar isso pra ele, ainda mais com ele nesse estado. eu finalmente tinha conseguido confessar e admitir isso pra mim, mas ter falado pra ele desse jeito não estava nos meus planos.

mariana: v-você precisa tomar um banho e dormir. --- falei me afastando.

lucas: eu vou. --- ele assentiu e foi pro banheiro cambaleando, prendi o riso.

mariana: a toalha, esqueceu. --- fui até o banheiro abrindo a porta e vendo o mesmo tirando a camisa.

lucas: quer tomar banho também? --- brincou.

mariana: vai se foder. --- eu ri jogando a toalha nele.

fechei a porta e respirei fundo, mas que droga tava acontecendo comigo? porquê ele tava mexendo comigo desse jeito? eu não podia sentir isso, não mesmo! o garoto era meu melhor amigo desde criança.

resolvi fazer um chá de camomila pra ele rapidinho, lucas não demorou muito no banho, vi ele sair sem camisa enxugando o cabelo.

mariana: toma isso aqui, vai te deixar bem. --- ele sentou na cama e entreguei a xícara pro mesmo. --- já ta frio, pode beber.

lucas assentiu e bebeu alguns goles do chá me entregando em seguida.

mariana: que foi? ta ruim? --- perguntei.

lucas: sem açúcar. --- fez careta e eu ri.

mariana: eu esqueci de colocar. --- falei rindo e ele riu junto. --- você tá se sentindo melhor?

deitei ao lado dele e cobri a gente com o cobertor

lucas: tô melhor, brigadão mari. --- me olhou e eu sorri fraco.

mariana: não precisa agradecer, tu é meu melhor amigo. --- abracei ele.

lucas: melhores amigos que se gostam. --- falou e eu ri.

mariana: e não é errado. --- deitei em seu peito, como eu fazia sempre.

lucas: boa noite mariana. --- ele fez um carinho no meu cabelo.

mariana: boa noite, lucas. --- fechei meus olhos.

entre fumaçasWhere stories live. Discover now