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·lucas brandão·

a noite tinha chegado e com ela todo mundo bêbado dançando ao som de amado batista perto da piscina.

mais cedo eu tinha recebido uma mensagem de um número desconhecido que eu não tirava da cabeça sóbrio, agora bêbado então essa porra martelava na minha cabeça.

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número desconhecido: 📷

número desconhecido: 📷

número desconhecido: parece que sua garota anda te traindo né?

número desconhecido: essas fotos são de mais cedo, no lugar que você estava.

número desconhecido: parece que se enganou, a garota vai trair você mais vezes.

número desconhecido: você sabe que ela sempre gostou dessa vida de solteira, sabe que só você não é suficiente pra ela né?

número desconhecido: ela não gosta de você, eu sei.

📧

olhei as mensagens mais uma vez e cerrei os pulsos, na porra daquelas fotos tinham um cara beijando a mariana no mercado mais cedo. não dava pra ver onde era o beijo mas ele segurava a mão dela, o que me fez ficar puto pra caralho.

talvez quem mandou a mensagem tinha razão

eu não era suficiente pra mariana, tinha fodido nossa amizade com aquilo.

apesar das mensagens não fazerem tanto sentido eu me sentia mal pra caralho, será que a mari se sentia assim? será que ela não gostava de mim tanto assim? merda, minha mente era minha maior inimiga aquele momento.

me afundei na cerveja e caio se aproximou, mari e gabi riam da parede por zero motivo, o resto do pessoal devia estar transando no quarto.

caio: chega moleque, desembucha antes que eu arranque tua língua. --- falou com a voz arrastada, mostrei as mensagens a foto a ele. --- puta merda, quem mandou isso?

lucas: tu acha que eu sei porra? --- revirei os olhos. --- número desconhecido moleque.

caio: e tu acredita nisso? --- deu um tapa na minha cabeça. --- qual é caralho? a mina te ama muito, ela não faria isso contigo.

lucas: eu sei porra, mas minha mente não facilita ta ligado? --- suspirei.

caio: tu tinha qur ter falado com ela faz tempo. --- vi os olhos dele encherem de lágrima. --- porra, não façam isso comigo por favor.

lucas: que foi porra? --- eu gargalhei. --- porquê tu ta chorando mano?

caio: porquê eu não gosto que vocês briguem ta ligado? os dois são meus irmãos e eu tenho que ficar divido.  --- limpou as lágrimas, eu gargalhei.

lucas: relaxa, amanhã eu converso com ela. --- abracei ele de lado.

gabriela: a mariana ta passando mal, alguém me ajuda a ir salvar ela. --- gritou tentando engatinhar. --- eu não sei mais andar!

caio: puta que pariu gabi. --- correu até ela rindo. --- vem cá, amor.

lucas: onde a mariana tá? --- deixei minha cerveja de lado e levantei.

gabriela: ela foi pro quarto, vou ajudar ela. --- tentou levantar mas acabou caindo, caio riu pra cacete e caiu também.

lucas: vão se foder vocês dois, cuidado caralho. --- levantei eles rindo. --- vou atrás dela, cuidado aí.

deixei eles sentados na cadeira e corri pro quarto cambaleando, quase bati a testa na porta da sala. minha vista tava turva pra cacete e eu nem sentia minhas mãos por conta da bebida mas consegui chegar até o quarto.

lucas: mariana? --- procurei ela vendo a mesma escovando os dentes no banheiro.

mariana: tô aqui amor. --- ela falou com a voz arrastada, fui até ela que me encarou. --- o que você quer?

lucas: gabi me disse que tu tava passando mal. --- falei com a mão no peito.

mariana: tô bem. --- saiu do banheiro. --- estaria melhor se a gente estivesse transando.

lucas: queria pra caralho mas a gente tem que conversar. --- encostei ma porta.

mariana: não quero conversar. --- ela soltou uma risada que eu comhecia bem, quando ela queria transar.

lucas: mariana. --- suspirei. --- conversa comigo pô.

mariana: você é um filho da puta, lucas. --- ela me encarou. --- você conseguiu fazer eu me sentir uma merda, ta ouvindo? eu corri atrás de você a tarde toda enquanto você tava com um cara de cu do caralho!

ela gritou me fazendo levar a mão até a cabeça, minha cabeça parecia que iria explodir.

lucas: tu nem sabe a merda que aconteceu caralho! --- gritei de volta. --- eu recebi fotos de tu agarrada com outro macho, eu que devia gritar!

mariana: ta ficando maluco? você acha que eu beijaria outro cara estando com você? --- ela riu irônica. --- quem mandou isso?

mostrei a ela as mensagens, ela revirou os olhos.

lucas: eu fiquei inseguro pô. --- suspirei.

mariana: um cara esbarrou em mim na loja de conveniência, beatriz tava comigo e viu tudo. --- ne olhou. --- essa porra desse número desconhecido que eu acho que seja o luiz te mandou mensagem armando tudo pra você acreditar e ficar assim comigo.

lucas: entende meu lado mari, eu sou inseguro pra cacete. --- suspirei. --- nem suficiente pra tu eu não consigo ser ta ligada? eu nem consegui pensar em nada caralho, só fiquei puto.

mariana: você preferiu acreditar em um número desconhecido do quê em mim? vai se foder lucas. --- ela ameaçou sair e eu puxei ela pelo braço olhando em seus olhos.

lucas: não vira as costas pra mim, mariana. --- falei encarando ela.

mariana: eu deveria ter feito isso a tempos. --- me olhou por um tempo e soltou o braço saindo dali.

dei um soco na parede fazendo o quadro cair, a bebida tava fodendo minha cabeça pra caralho e eu nem conseguia sentir a dor de socar a parede. as palavras da mariana ecoavam na minha cabeça repetidas vezes, deitei na cama e fechei os olhos sentindo meu corpo pesar e eu dormir ali mesmo.

entre fumaçasWhere stories live. Discover now