·mariana melo·
cheguei em casa e abri a porta vendo minha mãe na sala assistindo um programa qualquer que passava na tv.
aline: oi, onde você dormiu? --- perguntou.
mariana: oi, dormi no caio. --- fechei a porta. --- teve uma festinha lá e acabamos ficando por lá.
aline: entendi, almoçou? -- me olhou. --- essa camisa é do..
mariana: não é o que você tá pensando, caio é só meu amigo. --- ri fraco. --- só tô com a blusa dele porquê não tinha roupa lá.
aline: tá chapada né? --- tentou me olhar, abaixei a cabeça. --- quantas vezes eu já te avisei?
mariana: não tô chapada mãe. --- menti, ela levantou vindo até mim e segurando meu rosto com lágrimas nos olhos.
aline: você quer ficar viciada? -- falou enquanto lágrimas desciam pelo meu rosto. --- não poderia só fazer algo útil como sentar na porra daquela cadeira e estudar?
mariana: você acha que eu não tiro nota boa? acha que só porque eu vou em festas e fumo maconha eu não sou uma boa aluna? --- ri nervosa. --- você nunca nem foi em uma reunião, nunca foi na escola quando eu era criança me ver dançando a porra de uma música infantil pro dia das mães.
aline: então você faz isso por atenção? porquê quer chamar minha atenção? é isso? --- me encarou.
mariana: eu não preciso da sua atenção. --- neguei rindo. --- você nunca fez a porra do papel de mãe nem quando eu era criança imagina agora, piada né.
aline: meu erro foi ter sido mãe mesmo.
mariana: e você foi mãe? --- arqueei a sobrancelha. --- tu nunca foi mãe aline, nunca. teu erro foi ter transado com o filho da puta do cara que eu chamo de pai, esse foi teu erro.
aline: você me culpa? --- ela riu nervosa.
mariana: a quem eu tenho que culpar?
aline: eu tento me dar bem contigo mas é impossível. --- respirou fundo limpando as lágrimas.
mariana: me explica o porquê de tanto ódio? por favor, me explica! --- senti lágrimas em meus olhos.
aline: eu vou pra casa de uma amiga e só volto segunda, tem dinheiro lá em cima. --- ela pegou a bolsa e saiu sem olhar pra trás.
respirei fundo me jogando no sofá e engolindo o choro, prometi que não ia chorar por ela nunca mais. não tinha como ter uma relação boa com ela, eu só queria entender o quê eu tinha feito pra ela me odiar assim.
ouvi a porta abrir com uma ferocidade fora do normal o que me fez levantar do sofá assustada.
carol: mariana, e-eu..
mariana: carol? meu deus, o que houve? --- tentei controlar minha respiração.
carol: é o lucas. --- vi ela chorar desesperada.
mariana: me fala o que aconteceu caralho!
carol: o pai dele tava em casa e eles começaram a discutir, eles começaram a trocar socos e o cara começou a bater no lucas...eu não sabia o que fazer. --- falou chorando em meio ao desespero. --- ele...
não esperei ela falar, passei por ela e corri o mais rápido que pude até a casa do lucas que era ao lado da minha.
não importa se eu e o lucas tínhamos brigado, eu ia defender ele de quem fosse.
YOU ARE READING
entre fumaças
Romancetemos que viver como se fosse o último dia de nossas vidas, porquê amanhã pode mesmo ser o último.