entre fumaças

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·mariana melo·

mariana: eu não entendi a cisma deles. --- ri fraco.

lucas: eles só querem que a gente se beije. --- deu de ombros.

mariana: mas a gente é amigo. --- olhei ele. --- a gente se conhece desde criança.

lucas: amigos se beijam. --- ele riu, lucas tava meio chapado. --- tu não me beijaria?

ele me olhou nos olhos, o armário era apertado o que deixava a gente bem próximo.

mariana: lucas...

lucas: só quero que tu responda, mariana. --- segurou meu rosto. --- tu me beijaria?

mariana: você tá chapado. --- eu ri. --- não quero que se arrependa.

lucas: tu sabe a quanto tempo eu quero te beijar? --- perguntou. --- a muito tempo, tempo demais.

mariana: porquê não me disse isso antes? -- olhei ele.

lucas: porquê a gente é amigo desde criança. --- respirou fundo.

ouvimos um barulho forte lá fora, olhei lucas assustada e ele tentou abrir a porta não conseguindo.

mariana: tem alguém lá fora. --- olhei ele.

lucas parou por um tempo e fez sinal pra ouvirmos.

xxx: então eu saiu por alguns dias e isso aqui vira uma bagunça? --- ouvi ele falar, era ele..o pai do lucas.

mariana: é ele, não é? --- perguntei assustada e ele assentiu.

lucas se virou procurando algo pelas prateleiras me deixando confusa, vi o mesmo tirar a chave e uma arma da caixa.

mariana: que merda vai fazer? --- segurei sua mão.

lucas: eu vou tirar ele daqui. --- falou decidido e se afastou abrindo a porta em seguida.

vi o mesmo sair e destravar a arma colocando na cintura, engoli o seco e me aproximei dele que encarava seu pai.

murilo: achei que a casa estivesse vazia. --- foi até o sofá sentando no mesmo.

lucas: melhor ir embora. --- falou tentando manter a calma.

murilo: eu acabei de chegar. --- ele riu. --- acho que deveria expulsar seus amigos, afinal a casa é minha.

lucas: quem paga o aluguel dessa merda sou eu. --- aumentou o tom, murilo só riu.

murilo: e você, caio? como anda tua mãe? --- perguntou com um sorriso nojento. --- depois avisa que eu mandei um beijinho pra ela...pra sua mãe também mariana, tivemos várias noites.

mariana: vai se foder. --- lhe mandei o dedo do meio.

caio: tu não abre a boca pra falar da minha mãe, entendeu? --- falou de longe.

murilo: pra quê o estresse? --- riu. --- vim aqui na paz, na boa.

mariana: era melhor nem ter vindo. --- soltei sem pensar, ele me olhou diretamente.

murilo: ainda não esqueci o soco que tu me deu, mariana. tu se acha esperta né? --- me encarou. --- mas não passa de uma vadiazinha de merda.

lucas: cala a boca, caralho. --- apontou a arma pra ele, todo mundo ali parou. --- tu não abre tua boca pra falar da mariana.

mariana: lucas, tudo bem...ok? --- olhei ele que ainda continuava a apontar a arma pra cabeça do próprio pai.

murilo: agora eu entendi. --- ele riu, olhei ele. --- tu ainda é apaixonado por ela né? achei que era só um amor de criança, mas parece que não.

olhei lucas tentando entender aquilo, meu coração estava acelerado...eu sentia algo que eu não conseguia descrever naquele momento. era confuso.

lucas: cala a boca,caralho. --- colocou o dedo no gatilho, vi lágrimas caírem do seu rosto.

mariana: lucas, olha pra mim. --- pedi, ele ignorou. --- ei, olha pra mim.

abracei o mesmo fazendo ele abaixar a arma, passei a mão no seu cabelo e respirei fundo.

lucas: tira ele daqui, por favor. --- ele sussurrou com a voz embargada, senti meu coração apertar.