·mariana melo·
fomos pra casa do lucas depois de toda aquela confusão, entramos vendo a mesma vazia e eu fui logo me jogando no sofá.
mariana: que bosta de dia. --- comentei passando a mão no cabelo frustrada.
giovana: nem me fala. --- deitou do meu lado. --- minha vontade era de quebrar a cara daquela garota.
gustavo: eu sempre desconfiei daquela carinha de sonsa dela. --- revirou os olhos.
lucas: se eu soubesse nunca tinha me aproximado. ---- suspirou.
caio: e a ameaça? cês viram? --- ele riu. --- a gente foi ameaçado pelo luiz e pela carol, parece até zoeira.
gabriela: mas eles não vão fazer nada. --- negou. --- não são malucos.
mariana: não são? --- arqueei a sobrancelha. --- o garoto surtou totalmente, tentou me obrigar a ficar com ele e deu um tiro no lucas.
gabriela: tá, eles são. --- rimos.
gustavo: eu só quero férias, a gente tem que sumir dessa cidade. --- falou deitando no outro sofá.
caio: só temos mais duas semanas e depois a gente ta livre. --- foi na cozinha com o lucas.
lucas: cês querem alguma coisa? --- perguntou da cozinha.
giovana: água, pelo amor de deus.--- pediu.
gustavo: quando você vai conversar com ele? --- perguntou.
mariana: só o tempo dirá. --- brinquei.
ouvimos a campainha tocar, gus foi atender relevando minha mãe na porta. levantei derrubando a giovana que resmungou e eu ri pedindo desculpas.
mariana: algum problema? --- perguntei.
aline: a gente tem que conversar. --- falou. --- agora.
mariana: eu vou daqui a pouco, ok? --- falei e ela assentiu saindo.
gabriela: se você quiser a gente vai junto. -- falou e eu neguei.
mariana: conto pra vocês depois. --- elas assentiram.
fui até a cozinha vendo os meninos bebendo água.
mariana: preciso ir pra casa, minha mãe quer conversar comigo.--- suspirei.
caio: quer que a gente vá de penetra? --- perguntou e eu revirei os olhos, ele e a gabi dividem o mesmo neurônio.
mariana: tudo bem, só vim me despedir.
caio: hein, gabi me chamou. --- falou do nada, estranhei já que não ouvi nada.
lucas: eu não ouvi...ah, tá bom. --- ele riu. --- vai lá.
ele piscou pro lucas e eu ri negando.
lucas: ele não disfarça. --- riu sem graça.
mariana: não mesmo. --- olhei ele. --- eu preciso ir, te vejo depois.
lucas: mari. --- chamou minha atenção. --- obrigado por ontem, por cuidar de mim.
mariana: relaxa, você faria o mesmo por mim. --- falei e ele assentiu.
lucas: é, eu faria. -- sorriu me puxando pra um abraço. --- te curto pra caralho.
mariana: eu também sinto o mesmo, sabe disso. --- fiz um carinho no cabelo dele.
nos separamos e fomos pra sala vendo todo mundo conversando sobre pepinos (?) me despedi deles com um abraço e saí indo pra casa.
entrei em casa vendo minha mãe sentada no sofá encarando a tv desligada, deixei minha bolsa no canto e fui até ela sentando ao seu lado.
mariana: e então? --- perguntei tentando manter a calma mas por dentro eu estava preocupada
minha mãe me olhou e me entregou um envelope parecido com o que luiz havia me dado mais cedo, neguei sem entender e ela insistiu.
mariana: eu sei quem mandou isso e eu não vou ler. --- entreguei o bilhete a ela. --- não mesmo.
ela abriu o bilhete por mim e começou a ler.
aline: oi, filha. tentei te enviar uma mensagem mas eu parecia estar bloqueado, até entendo você. mas agora eu voltei e queria te convidar pra um jantar comigo, quero que esqueçamos do que passamos e tudo fique bem. beijos do seu pai. --- ela falou com a voz embargada.
mariana: quem ele pensa que é? --- segurei as lágrimas. --- ele abandonou a gente, ele largou a gente e foi embora. eu era uma criança e não entendia, mas agora eu entendo.
aline: você tem que ir, querida. --- ela limpou as lágrimas.
mariana: o quê? --- perguntei incrédula. --- você me ouviu? ouviu o que ele fez com a gente?
aline: ele não teve escolha, não fomos suficientes pra ele e tudo bem. --- me olhou.
mariana: não, mãe! nos não temos o culpa, ok? ele fez a gente acreditar que tinha, mas não temos! --- falei olhando ela, uma lágrima escorreu dos meus olhos.
aline: isso fica no passado. --- ela falou, eu neguei. --- ele é seu pai.
mariana: ele nunca foi meu pai, nunca fez papel de um.
aline: mariana...
mariana: eu não vou discutir com você. --- neguei. --- eu tô cansada pra caralho disso tudo, você não tem noção.
aline: você vai jantar com seu pai. --- me encarou séria. --- é uma ordem.
mariana: não acredito que você ta fazendo isso comigo..
aline: eu disse é uma ordem, você é menor de idade e eu mando em você. vai pro seu quarto agora, se arruma e espera seu pai. --- me olhou séria. --- agora.
encarei a mesma por um tempo e virei as costas subindo pro meu quarto, fechei a porta trancando a mesma em seguida. lágrimas insistiam em cair dos meus olhos, neguei respirando fundo mas elas insistiam em sair.
aquela dor no peito voltou junto com a falta de ar, o que me fez ir até a gaveta abrindo a mesma e pegando alguns remédios no qual eu me drogava.
não é a solução, não é a solução.
neguei diversas vezes repetindo a mim mesma até jogar os frascos de remédio na parede com força, respirei fundo. eu estava tendo uma crise de novo, parecia incontrolável.
levantei dali indo até o chuveiro ligando o mesmo e entrando em seguida deixando a água cair sobre mim enquanto eu tentava controlar minha respiração.
eu me sentia péssima.
YOU ARE READING
entre fumaças
Romancetemos que viver como se fosse o último dia de nossas vidas, porquê amanhã pode mesmo ser o último.