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·mariana melo·

as horas estavam passando devagar e eu estava completamente entediada enquanto aqueles idiotas partiam o bolo e comiam como se aquilo realmente fosse um aniversário.

luiz: você não quer bolo? --- perguntou, neguei. --- se quiser te dou na boca.

mariana: prefiro comer areia. --- falei.

carol: se quiser preparo pra você. --- falou me encarando.

mariana: vem até aqui dizer mais perto. --- sorri de lado, ela ia se aproximar mas foi impedida pelo luiz. --- que foi? ta com medo?

carol: cala a boca vadia. --- falou entre os dentes.

mariana: é cada coisa né?! --- eu ri.

aproveitei pra olhar o lugar que eu estava, um quarto pequeno com uma janelinha no teto. uma mesinha pequena perto da porta de ferro, tinha também um colchão fino encostado na parede. era um quarto bem sujo e completamente velho.

ouvi um barulho lá de fora, luiz e yure se olharam pegando as armas que eu nem sabia que eles tinham e saíram dali com a carol fechando a porta em seguida.

as cordas na minha mão estavam apertadas pra caralho, tentei roçar a corda na cadeira igual faziam nos filmes aquilo parecia não dar certo.

tudo estava calmo lá fora até abrirem a porta e meu pai entrar com o murilo, pai do lucas. olhei aquilo sem entender enquanto meu pai amarrava o pai do lucas que estava machucado com alguns tiros pelo corpo.

mariana: que merda você ta fazendo aqui?

carlos: papai resolveu te fazer uma surpresa. --- sorriu de lado. --- deveria agradecer ao seu irmão por me ajudar nesse plano.

mariana: v-você fez isso? --- olhei ele desacreditada. --- você fez isso com sua própria filha?

carlos: não foi você que disse que eu não era seu pai? agora faço das suas palavras as minhas! --- ele me encarou. --- você não é minha filha!

mariana: seu filho ds puta. --- tentei me soltar dali, a raiva tinha tomado conta de mim.

carlos: cala a porra da boca vadia. --- ele me acertou um tapa na minha cara com força. --- cala a boca porra!

senti um ardor no meu rosto e gruni de dor, luiz entrou no quarto rapidamente me olhando.


luiz: bateu nela? ---  olhou carlos. --- esse não era o combinado pai.

carlos: cala a boca e age como planejado! --- apontou o dedo na cara dele.

mariana: o que vocês vão fazer? que merda ta acontecendo? --- eu gritei perdendo o controle.

carlos: nós vamos matar seus amigos porra, não é óbvio? --- ele gargalhou.

mariana: eles não fizeram nada! que merda você tá pensando caralho? --- lágrimas invadiram meus olhos.

luiz: eles sabem demais, mariana. --- me olhou. --- eles sabem sobre seu pai ser um traficante perigoso.

mariana: o quê? -- eu ri nervosa. --- você um traficante?

carlos: isso mesmo que você ouviu. --- falou. --- sou procurado por todas as polícias do mundo.

mariana: você? --- eu tive que rir, eles me olharam confuso. --- piada né?

luiz: mariana! --- me encarou.

carlos: vai rindo mesmo, quando seus amigos forem mortos quero te ver chorar enquanto eu distribuo o resto deles pros cachorros. --- sorriu e saiu da sala.

mariana: eu vou te matar seu filho da puta, eu mesmo vou te matar.--- eu gritei.

luiz: calma porra! ---- gritou tentando me controlar. --- carol, trás o quite.

carol apareceu em seguida com uma maleta de primeiros socorros.

luiz: murilo tá furado de bala e você vai precisar tirar elas, vou te desamarrar e te deixar cuidar dele. --- me encarou. --- se tentar fugir eu juro que atiro em você.

mariana: você seria capaz? --- olhei ele que engoliu o seco.

carol: eu desamarro ela, sai. --- se aproximou de mim e me olhou.

carol me desamarrou enquanto luiz apontava uma arma pra mim, ele destravou a arma enquanto mirava pra mim e os dois saíram dali rapidamente trancando a porta.

peguei a maleta de primeiros socorros e me aproximei do murilo que estava desacordado.

mariana: ei, murilo. --- toquei o braço dele e o mesmo nem se mexeu, chequei o pulso e respirei aliviada.

procurei pela droga daquela maleta um álcool, coloquei o algodão com um pouco de álcool perto do nariz dele fazendo o mesmo acordar meio atordoado.

murilo: mariana? --- tentou se acostumar com a claridade.

mariana: vou retirar as balas ok? --- falei e ele gruniu de dor mas logo assentiu.

coloquei as luvas e separei o que eu usaria pra arrumar aqueles ferimentos, conseguia ver balas pelo estômago, braços e ombro. não fazia idéia de como ele ainda estava vivo depois de levar tantos tiros, não fazia idéia de como arrumaria aquilo já que eu não costumava tirar bala das pessoas.

tenho certeza de que a gabi saberia muito bem o que fazer nessa situação.

murilo: tu sabe mesmo fazer isso? --- me olhou desconfiado.

mariana: se você calar a boca e ficar quieto eu posso conseguir. --- dei de ombros, ele riu.

murilo: deve ser por isso que o lucas gosta de tu. --- falou e eu olhei ele. --- tu é marrenta e grossa.

mariana: e eu tenho uma péssima mira hein? posso acertar um fígado seu com isso aqui. --- brinquei e ele riu grunindo de dor em seguida.

enfiei uma agulha de anestesia sobre o ferimento e comecei a retirar a bala e costurar o lugar, fiz isso em todos os ferimentos em total silêncio já que qualquer movimento errado eu poderia matar o murilo.

murilo: ele acha que eu morri. --- falou assim que terminei.

mariana: o lucas? --- perguntei tirando as luvas. --- ele sabe que você ta aqui?

murilo: antes de see perseguido eu liguei pra ele, saberia que ia morrer então tentei pedir perdão por tudo. --- se ajeitou na cadeira.

mariana: meio tarde né? --- vasculhar a maleta em busca de algo que pudesse me ajudar. --- você errou pra caralho com ele desde criança, você espancou ele diversas vezes.

murilo: eu sei. --- suspirou.

mariana: seu filho é o cara mais incrível que existe, deveria ter valorizado ele desde o começo --- olhei ele. --- consegue ter idéia disso?

murilo: eu sei porra... --- encarei ele. --- eu sei mariana, eu me arrependo pra caralho de tudo que eu fiz e sei que não deveria dizer essas coisas agora mas eu amo aquele moleque pra caralho.

entre fumaçasOnde histórias criam vida. Descubra agora