5

161 30 43
                                    

·lucas brandão·

diferente de vários moleques minha vida não era tão fácil assim, meu pai por exemplo foi comprar um cigarro e nunca mais voltou....pior que nem meme é. minha mãe é uma vagabunda que vive drogada por aí e nunca aparece.

meu pai é um drogado do caralho. saiu quando eu era criança e depois disso nunca mais deu as caras até um tempo atrás, o cara só aparece uma vez por mês e as vezes nem aparece.

eu trabalho como barman em um barzinho conhecido ali, entre fumaças. é corrido pra caralho mas vale a pena, o salário é bom até demais.

conheço a mariana desde criança, nossos pais eram amigos. depois de um tempo se afastaram e seguiram essa droga que eles chamam de vida.

somos amigos pra caralho, irmãos pra falar a verdade. considero ela assim, ver ela chorar acabava comigo porquê não era a primeira vez que a vagabunda da mãe dela fazia merda.

mariana: ok, eu tô bem. --- se afastou. --- isso nunca aconteceu, você nunca me viu chorar.

lucas: mesmo discurso de sempre mariana? sério? --- encarei ela. --- precisa se fazer de forte o tempo todo não mano, tudo certo ficar mal.

mariana: você veio aqui, aconteceu algo? --- mudou de assunto.

lucas: só queria conversar. --- dei de ombros e me joguei na cama dela abraçando o travesseiro.

mariana: vida fudida também? --- me olhou.

lucas: não. --- menti, não ia contar que meu pai tinha voltado. ela já tinha problema demais.

mariana: então era o quê?

lucas: aquele mano, o luiz. --- falei a primeira coisa que me veio a mente.

mariana: ih, se for pra vir com sermãozinho chato é melhor nem falar nada. --- revirou os olhos.

lucas: vai dar moral pra ele não né?

mariana: só queria entender essa droga de treta. --- se jogou na cama do meu lado.

minha treta com luiz era antiga, eu não gostava nem de tocar no assunto porquê me dava raiva só de lembrar.

lucas: um dia gata, um dia. --- brinquei com a ponta do travesseiro.

mariana: então me conta uma novidade. --- colocou a mão no rosto interessada. --- contatinho novo?

lucas: carolzinha. --- falei e ela riu alto.

mariana: a mesma carol do luiz? --- segurou o riso, assenti. --- então é essa a treta? carol?

lucas: nem. --- neguei. --- tu acha que eu faria briga pela carol? pelo amor de deus né mariana. --- falei incrédulo.

mariana: eu faria fácil, ela é bonita pra caralho. --- deu de ombros.

lucas: pegaria?

mariana: de eu estivesse bêbada sim. --- assentiu. --- uma vibe mais bi festinha.

falou me fazendo rir e negar.

lucas: tu é foda namoral.

mariana: é a realidade, meu bem. --- deu de ombros.

meu celular vibrou e peguei o mesmo no bolso desbloqueando e vendo mensagem da carol.

📨

carol: hein
fiquei sabendo que vai ter uma
resenha na casa do caio, tu vai?

📨

mariana: qual o contatinho dessa vez? --- perguntou curiosa.

lucas: carolzinha perguntando do rolê. --- disse com receio, não sei se era uma boa chamar ela.

mariana: ué, chama ela. --- respondeu simples.

lucas: tu acha? sei lá, quero pegar outras minas também.

mariana: esse rolo é sério? --- me encarou, neguei. --- então pronto, não é como se ela fosse com você entendeu? ela só...vai estar lá.

mari tinha um "poder" de conseguir uma solução pra tudo, ela sempre tinha algum conselho pra te dar não importa qual problema era.

lucas: vou chamar. --- assenti.

mariana: antes deixa claro a piranha que você é. --- brincou.

lucas: vai se foder, namoral. --- ela gargalhou.

uma das coisas que eu mais gostava nela era a risada e o sorriso, me deixava bem pra caralho.

lucas: hein? caio disse que ia colar lá em casa daqui a pouco, quer ir não? --- perguntei e ela negou.

mariana: eu tenho que fazer umas atividades e me arrumar pra mais tarde. --- suspirou e eu assenti.

lucas: eu vou indo então, tu ta bem? --- perguntei e ela assentiu. --- qualquer coisa me liga.

mariana: você também, lucas. --- ela sorriu me fazendo sorrir junto.

[...]

caio: demora do carai, tu tava onde? --- perguntou assim que eu passei pela porta.

lucas: tava na mariana. --- fechei a porta. --- entrou por onde?

caio: você sempre deixa a porta aberta. --- ele riu. --- então tu tava na mariana. --- riu fraco.

lucas: começa não. --- fui até a geladeira pegando duas latinhas de refrigerante.

caio: todo mundo sabe que tu é perdidão na mariana. --- ele riu abrindo a latinha.

lucas: eu tava bêbado quando falei, ta ligado né? --- revirei os olhos.

caio: te conheço desde criança, tu não me engana. --- bebeu.

lucas: vai se fuder. --- falei sério mas logo ri, ele riu junto.

caio: aí oh, quem ri consente. --- deu de ombros.

lucas: fica aí falando merda, vou trabalhar antes do rolê de hoje. --- peguei a chave da minha moto e vazei dali indo pro trabalho que não era muito longe dali.

entre fumaçasWhere stories live. Discover now