Capítulo 13 - Está tudo bem.

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Camila acordou de repente com o coração martelando. O lençol umedecido com suor grudou em seu corpo enquanto ela tentava se sentar. Ela respirou fundo e olhou em volta.

Ainda estava escuro. Apenas o menor indício de amanhecer iluminava o horizonte. A sala estava silenciosa, o único som era sua própria respiração irregular. Mesmo quando seus olhos se adaptaram à escuridão, demorou vários segundos para lembrar onde estava.

O quarto de hóspedes. Ela estava na casa de Lauren. Não no carro.

Ao lado dela, o despertador brilhava no escuro. Quatro e cinquenta e sete. Camila sabia que não conseguiria voltar a dormir agora.

Ela se desvencilhou dos lençóis, colocou as pernas para fora da cama e sentou-se na beirada. O ar fresco do ar condicionado gelou sua pele úmida, fazendo-a estremecer. Ela pressionou as palmas das mãos nos olhos e tentou bloquear as imagens vívidas de vidro quebrado e sangue jorrando. Mas os sons horríveis não podiam ser repelidos tão facilmente. O som de buzinas, o guincho de freios e o gemido quase humano do metal quando ele se dobrava e perdia a forma...

Camila tentou se livrar disso. Ela não tinha o sonho há um tempo. O que desencadeou seu retorno? Teria sido o estresse de seu estranho acordo com Lauren?

— Estou bem — disse ela na escuridão. — Está tudo bem. — Sua voz estava rouca. Ela tinha gritado?

Deus, ela esperava não ter acordado Lauren. A última coisa que ela precisava eram suas perguntas e aquele olhar penetrante do terapeuta direcionado a ela.

Com um gemido, ela se levantou da cama. Cada articulação e músculo estavam rígidos, provavelmente porque ela ficou tensa durante seu pesadelo e suas cicatrizes doíam.

Ela entrou mancando no banheiro e jogou água fria no rosto. No espelho acima da pia, ela observou a cor retornar lentamente ao seu rosto. Ela sorriu para si mesma. É isso. Muito melhor agora.

Ela voltou para o quarto para um gole de água, mas o copo em sua mesa de cabeceira estava vazio. Sem acender a luz do corredor para não acordar Lauren, ela andou na ponta dos pés pelo corredor em direção à cozinha para pegar um pouco de água. 

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