Capítulo 25 - Exceção.

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Assim que Vanessa desapareceu na esquina, Camila caiu contra a palmeira contra a qual Lauren a pressionou. Seus sentidos ainda estavam cambaleando. De onde diabos tinha vindo isso? Ela não pensava em Lauren como uma pessoa apaixonada, mas se era assim que ela beijava quando era falso, Canila tinha a sensação de que não sobreviveria a um beijo de verdade.

Não que ela e Lauren fossem compartilhar um beijo apaixonado, é claro.

— Oh Deus. — Lauren esfregou as mãos no rosto, então parou abruptamente como se lembrando que isso poderia manchar sua maquiagem. — Me desculpe. Eu não deveria ter emboscado você daquele jeito, mas eu vi Vanessa parada ali e sabia que ela presumiria que estávamos discutindo e então ela se virou e eu não sabia mais o que fazer...

— Não, não, foi bom.

Muito, muito bom, na verdade.

— Hum, quero dizer, foi uma coisa boa convencê-la de que somos felizes juntas e não precisamos de seus serviços como terapeuta de casais.

Lauren exalou e encostou-se na palmeira ao lado dela.

— Eu também, hum... — O tecido farfalhava enquanto ela arrastava os pés. — Acho que também devo a você um pedido de desculpas pela noite passada.

Camila ficou sem palavras pela segunda vez em minutos. Ela certamente não esperava um pedido de desculpas da Sra. Estou sempre-certa.

— Um pedido de desculpas pelo quê?

— Você vai me fazer soletrar, não é?

— Sim. — Camila sustentou seu olhar. — Um pedido de desculpas não é um pedido de desculpas se você não tiver a coragem de admitir o que fez de errado.

Lauren brincou com os grampos que prendiam seu cabelo, tentando domar uma mecha que escapou.

— Peço desculpas por possivelmente exagerar um pouco quando estávamos no restaurante... e no carro.

— Possivelmente? — Camila deu a ela o visual que ela havia aperfeiçoado interpretando uma governanta rígida em um filme B.

— OK. Eu exagerei. E eu realmente sinto muito se te chateei no carro... ou te assustei. Essa não era minha intenção. É só que... não gosto de me sentir humilhada na frente das pessoas.

— Você não foi...

— Eu sei — disse Lauren. — Eu disse me sentir. — Ela suspirou e desistiu de tentar prender a teimosa mecha de cabelo. — Talvez eu esteja excessivamente sensível agora por causa de toda essa situação. — Ela varreu o braço em um gesto que incluiu Camila, o prédio de escritórios e os convidados da festa. — É muito importante para mim ter o respeito dos meus colegas e não parecer uma idiota na frente deles.

A raiva de Camila, alimentada por aquele pico de medo que ela sentiu no carro na noite anterior, se dissipou como névoa no sol da Califórnia. Mas ela ainda lutava para entender por que Lauren reagiu tão fortemente.

— É realmente tão importante para você o que as pessoas pensam?

Se quase morrer lhe ensinou uma coisa, foi que ela precisava viver sua vida sem se preocupar com o que as pessoas poderiam pensar.

Lauren suspirou.

— Eu sei que não deveria ser assim. Mas eu não posso evitar.

Essa admissão e a expressão de vulnerabilidade em seu rosto fizeram Camila querer estender a mão e abraçá-la, mas ela se conteve. A memória do corpo de Lauren contra o seu ainda estava impressa em sua mente.

Opposites Where stories live. Discover now