Capítulo 49 - Experimentar e descobrir.

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Lauren nunca gostou daquela sensação de perder o controle que vinha com a embriaguez, mas de alguma forma parecia diferente esta noite. O constante zumbido de seus pensamentos — avaliação, análise, planejamento — estava começando a desaparecer, permitindo que ela aproveitasse a noite sem reservas: as luzes da cidade de Nova York abaixo delas, o sabor doce e fresco do suco de pera espinhosa em seu coquetel e o som da risada de Camila.

Camila ainda estava usando a blusa branca, mas agora combinava com seus amados jeans capri que eram usados em todos os lugares certos e pareciam macios ao toque. Suas sandálias de estilo romano com tiras cruzando suas panturrilhas atraíam o olhar de Lauren sempre que Camila colocava uma perna sobre a outra.

Ela podia imaginar Camila usando essa mesma roupa em um encontro — e seu par então lentamente tirando cada peça de roupa dela no final da noite, revelando uma pele macia. Em sua imaginação, não era uma estranha com Camila; suas próprias mãos a estavam despindo-a com confiança, como se Camila fosse sua de verdade.

Lauren balançou a cabeça, mas fez pouco para se livrar da imagem mental. Talvez estar embriagado não fosse uma coisa tão boa, afinal. Isso fez com que seus pensamentos se dirigissem em direções onde não deveriam ir.

Ela não tinha ideia de como era tarde, mas aos poucos os outros convidados deixaram o bar até ficarem quase sozinhos no telhado.

— Eu acho que devemos ir antes que nos expulsem — Lauren disse.

Camila riu e apontou para a rua 22 andares abaixo.

— Isso pode ser doloroso, então sim, vamos.

Lauren não conseguia se lembrar de mover o braço, mas de alguma forma sua mão acabou nas costas de Camila, guiando-a até o elevador. Esta era a última noite delas em Nova York, talvez até a última noite juntas, então ela se permitiu manter a mão onde estava.

Camila também não fez nenhum movimento para se afastar do contato; pelo contrário, ela parecia inclinar-se ao toque.

Dois outros hóspedes, obviamente um casal, entraram no elevador antes deles.

lauren não sabia se deveria ficar com raiva ou aliviada por não estar sozinha com Camila no espaço fechado do elevador.

— Qual andar? — Camila perguntou a elas.

— Dezesseis — respondeu o homem.

Camila apertou o botão número dezesseis e número onze.

Enquanto o elevador os carregava seis andares abaixo, Lauren tentou manter seu olhar nos números dos andares iluminados, mas não pôde deixar de espiar o reflexo de Camila nas paredes espelhadas. Seus olhos castanhos cintilavam e seu cabelo castanho claro estava atraentemente bagunçado pelo vento. Ela parecia brilhar com o sucesso do dia.

Lauren sentiu como se nunca tivesse apreciado totalmente a beleza de Camila antes desse momento. Que estúpido a comparar a mulheres magras e sofisticadas em vestidos de coquetel e maquiagem quando Camila estava deslumbrante em calças capri gastas e com as bochechas coradas pelo vento.

Com um som, as portas do elevador se abriram no décimo sexto andar.

Lauren quase tinha esquecido que elas não estavam sozinhas. Rapidamente, ela deu um passo para o lado para deixar o casal sair do elevador. No espaço apertado, ela esbarrou em Camila, que passou os braços em volta dela para evitar que ela caísse, do jeito que ela tinha feito no rinque de patinação.

As portas do elevador se fecharam, mas Lauren mal percebeu. Ela também estava ocupada olhando nos olhos de Camila a apenas alguns centímetros de distância. O calor de seu corpo parecia atraí-la.

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