Capítulo 39 - Anel.

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Deus, Lauren não podia acreditar até onde ela estava disposta a ir para garantir o contrato deste livro. Esta foi possivelmente a coisa mais embaraçosa e humilhante que ela já fez.

Ela espiou pela porta de vidro da joalheria.

O Sr. Watson estava atrás do balcão, polindo um anel ou alguma outra joia.

Lauren respirou fundo e ergueu a mão para bater no vidro.

Os dedos de Camila envolveram sua mão.

— Você tem certeza de que quer fazer isso? Posso ver o quão desconfortável isso te deixa. Podemos dizer ao editor de aquisições que acidentalmente deixei cair meu anel pelo ralo ou algo assim.

— Ah não. — Lauren balançou a cabeça com firmeza. — Essa é a desculpa mais antiga da história. Noventa por cento dos meus pacientes a usam para explicar por que não usam mais a aliança de casamento.

— Então, dizemos a elas que decidimos não usar anéis porque não queremos copiar ideias heteronormativas de como deve ser um noivado.

— Mas e se a editora gostar dessas ideias heteronormativas?

Camila olhou para ela com uma expressão impotente.

— Então nós vamos... hum...

— Tudo bem. — Lauren virou a mão e apertou levemente os dedos de Camila. — Agradeço que você queira me poupar do constrangimento, mas não acho que haja uma maneira de contornar isso. Precisamos de um anel, e o Sr. Watson é o único joalheiro que conheço que estaria disposto a abrir mais cedo para mim. — Lentamente, Camila acenou com a cabeça e retirou a mão.

Lauren imediatamente perdeu seu calor reconfortante. Ela fechou a mão em punho e bateu.

O Sr. Watson ergueu os olhos. Um sorriso apareceu em seu rosto. Ele cruzou a sala e destrancou a porta. Ao abri-la, um sino tilintou.

— Bom dia, Dra. Jauregui. Bom te ver de novo.

Lauren gostaria de poder dizer o mesmo.

— Obrigada por abrir mais cedo para nós. Eu não teria ligado para você, mas temos um avião para pegar.

— Sem problemas. — Ele os deixou entrar na loja com arcondicionado. — Como estão seus pais?

— Eles estão bem, obrigada. Mas se você puder, por favor, não mencione esta visita a elas...

Ele imitou fechando os lábios.

— O sigilo é um dado na minha profissão, assim como na sua. Mas agora você me deixou curioso. O que te traz aqui? Há algo de errado com o anel que vendi para você em dezembro passado?

— Oh, não, está tudo bem. — Ok, aí veio a parte embaraçosa. Ela endureceu os ombros. — Eu preciso de outro anel de noivado.

— Hum, certamente você quer dizer aliança de casamento, não é?

— Não. Quero dizer anel de noivado.

O olhar do Sr. Watson foi dela para Camila e vice-versa.

— Oh.

Não querendo ver o julgamento em seu rosto, Laurene passou por ele até o balcão coberto de vidro. Diamantes, safiras, esmeraldas e outras pedras preciosas cintilavam sob o vidro.

— Que tipo de anel você tem em mente? — Sr. Watson perguntou, sua voz cuidadosamente neutra. — Um solitário ou um cluster? Uma banda de ouro, ouro branco ou platina?

— Ainda não sei. Podemos ver alguns?

— Certamente. — O Sr. Watson destrancou a vitrine iluminada, puxou uma bandeja preta forrada de veludo e a colocou em cima do balcão.

Opposites Where stories live. Discover now