Capítulo 42 - Nova York.

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As imagens e sons da cidade de Nova York ainda eram familiares, mesmo depois de treze anos na Costa Oeste.

Embora Camila preferisse o ritmo de vida mais descontraído da Califórnia, ela meio que sentia falta disso também.

Só não do cheiro de lixo, fumaça de escapamento e urina flutuando das grades do metrô — e especialmente não as sirenes estridentes e as buzinas dos carros subindo sobre o barulho do tráfego e altas conversas ao telefone celular.

As buzinas e as sirenes a fizeram suar, apesar do táxi com arcondicionado que as levava para o hotel em Midtown.

Lauren lançou-lhe um olhar preocupado e se inclinou para frente.

— Você poderia desligar o rádio, por favor?

O taxista resmungou e desligou o rádio.

— Obrigada — Camila disse, mais para Lauren do que para ele.

Lauren inclinou a cabeça.

— Não adianta arriscar, certo? — Camila acenou com a cabeça.

Quando elas cruzaram a Quinta Avenida e avistaram o Empire State Building à esquerda, Lauren esticou o pescoço e olhou pela janela lateral mais próxima a ela, depois pela janela do lado de Camila, como se não quisesse perder nada.

Apesar de sua tensão, Camila teve que rir.

— Você se parece exatamente com Megan quando me acompanhou a uma loja para adultos e viu uma cinta pela primeira vez!

Um rubor subiu pelo pescoço de Lauren, fazendo Camila sorrir ainda mais. Ela ficava muito fofa quando ficava vermelha daquele jeito, então Camila nunca resistia a provocá-la.

— Silêncio. — Lauren espiou o taxista, que agora estava olhando no espelho retrovisor, todo ouvidos. — Eu não estou... assim.

— Oh sim, você está. Tão curiosa e fascinada quanto, mas não tenho certeza se será realmente sua praia. Você nunca esteve em Nova York?

— Não, nunca. Você?

— Morei aqui por cerca de um ano quando tinha quinze anos — disse Camila.

Lauren, que havia voltado para o Empire State Building, girou ao redor.

— Mesmo?

Camila acenou com a cabeça.

— Minha mãe nos mudou para cá para ficar com um de seus namorados.

— Você gostou? — Lauren perguntou.

— Não a princípio, desde que a mudança para Nova York significou que eu tive que deixar o amor da minha vida para trás. — Camila suspirou dramaticamente. — A Sra. Fisher. Minha professora do clube de teatro.

Lauren riu.

— Ela estava ciente do seu amor eterno?

— Não. Graças a Deus, minha mãe me arrastou até o meio do país antes que eu pudesse me envergonhar com uma carta de amor ou algo assim.

O taxista diminuiu a velocidade porque um canteiro de obras bloqueou uma pista. Logo, o tráfego parou por completo e as buzinas atrás deles se tornaram quase constantes.

— Você pode nos deixar sair — disse Camila. — O hotel fica logo virando a esquina. Abra o porta-malas por um momento. — Lauren ergueu as sobrancelhas.

— Vamos. — Camila a cutucou. — Seja um pouco aventureira.

— Está bem, está bem. — Lauren pagou o taxista e depois a seguiu enquanto ela descia do táxi.

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