Capítulo 43 - High Line.

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Lauren não conseguia se lembrar quando foi a última vez que ela caminhou tanto ou se divertiu tanto. Ela presumiu que Camila a arrastaria para a vizinha Times Square com sua agitação, mas em vez disso, Camila mostrou a ela vários belos locais escondidos no Garden District.

Elas vagaram ao longo de fileiras de longas mesas de carvalho na Rose Main Reading Room da New York Public Library, olhando para os lustres e o mural com suas nuvens flutuantes no teto alto.

Quando elas ficaram com fome, Camila a levou a um balcão de comida que Lauren teria perdido completamente se estivesse sozinha. Estava enfiado na doca de carga de um prédio de escritórios e tinha apenas cinco banquinhos forrados de couro sintético na frente de um balcão. A luz dos tubos fluorescentes tremeluziu sobre o concreto desgastado.

Lauren olhou com ceticismo para o lugar e a comida que estava sendo servida em pratos de papel e comidos com talheres de plástico.

— Hum, você tem certeza disso?

— Muita certeza. A comida deles era de morrer há treze anos, e aposto que isso não mudou.

Lauren apontou para o feijão e o molho nos pratos de papel das pessoas que comiam no balcão.

— Não é a melhor ideia. Quero impressionar a apresentadora de rádio e seu público com meu livro amanhã de manhã, não com meu... hum...

— Sistema digestivo barulhento? — Camila sugeriu com um sorriso.

— Algo assim, sim.

— Vamos pegar algumas empanadas para viagem, então. Já sei onde te levar para a sobremesa.

Cada uma com uma empanada de queijo na mão, elas se aventuraram de volta para fora.

Lauren deu uma mordidinha cuidadosa, então uma mordida mais entusiasmada. O queijo e a massa quente pareceram derreter em sua boca.

Camila deu uma cotovelada nela enquanto caminhavam.

— Admita. É ótimo.

Ocupada mastigando, Lauren cantarolou seu acordo.

— Não acho que preciso de sobremesa depois disso — disse ela depois de engolir.

— Você diz isso agora. Espere até ver o que tenho em mente. — Camila enganchou o braço no de Lauren e guiou através de boutiques e lojas de presentes até um pequeno café com um toldo branco e rosa.

Lauren terminou apressadamente sua empanada antes que Camila a puxasse para dentro.

Centenas de macarons em todas as cores do arco-íris foram expostos atrás de um balcão de vidro.

— O que vão querer? — uma das mulheres atrás do balcão perguntou. Ela estava vestindo uma roupa de empregada doméstica francesa com um avental branco e um chapéu rendado.

Lauren sufocou uma risada ao se lembrar de um casal que ela aconselhou no ano passado. Eles descreveram o uso do mesmo tipo de uniforme para apimentar sua vida sexual.

— O que foi? — Camila perguntou.

Lauren abriu a boca para explicar, então a fechou. Uau. Ela quase contou a Camila sobre algo que acontecera em uma sessão de terapia. Isso nunca tinha acontecido com ela, nem mesmo uma vez em seus sete anos com Abby.

— Desculpe. É relacionado ao trabalho, então não posso compartilhar.

Camila deu a ela um sorriso conhecedor.

— Acho que posso adivinhar o que é.

A empregada francesa pigarreou, então as duas se voltaram para o balcão.
Camila pediu uma lichia rosa e um macaron de lavanda com mel, enquanto Lauren estudava o cardápio afixado atrás do balcão, que explicava os diferentes sabores. Tantos para escolher... Por fim, ela se lembrou do que seu pai havia dito sobre seu hábito de infância de demorar uma eternidade para pedir comida em um restaurante e decidiu por baunilha e pistache.

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