Capítulo 23 - Emocionalmente exausta.

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Lauren nunca ficou tão feliz que o centro de aconselhamento, onde a festa de Renata estava sendo realizada, ficava a apenas seis minutos de carro de sua casa. Mesmo aqueles poucos minutos pareceram se estender para sempre.

O silêncio reinou entre elas desde que deixaram a casa. Elas não trocaram mais do que algumas palavras durante todo o dia.

Ela espiou Camila, que não fez contato visual, mas em vez disso, olhou para frente através do para-brisa.

Lauren suspirou. Suas chances de parecerem um casal apaixonado eram praticamente zero.

— A pessoa mais importante a se convencer é Renata, minha mentora e chefe — disse Lauren, para preencher o silêncio tenso. — Então, tente impressioná-la, ok? — Camila resmungou uma resposta.

— Lembre-se de se apresentar como minha namorada, não minha noiva. E faça o que fizer, tente não deixar Vanessa encurralar você sozinha. — Outro grunhido veio de Camila.

Lauren olhou para ela.

— Você não vai me desprezar durante a festa, vai?

— Não se preocupe. Eu sou um profissional e sei como agir. Não vou te envergonhar — disse Camila sem olhar para ela. — Afinal, você está me pagando.

Lauren reprimiu uma resposta afiada. Outro bate-boca doloroso como o de ontem não ajudaria. Ela estacionou no estacionamento anexo ao prédio de três andares que abrigava o centro de aconselhamento.

Com o silêncio entre elas, o barulho de seus saltos soou excessivamente alto enquanto elas desciam do carro e se dirigiam para a entrada. No último momento antes de entrar, Lauren se lembrou do que havia esquecido ontem também.

— Uh, mãos.

— O quê?

— Devíamos estar de mãos dadas — disse Lauren.

Camila franziu a testa, mas depois ofereceu a mão. Como sempre, seus dedos estavam quentes, tão diferentes de sua atitude em relação a Lauren agora que a assustou.

Agarrando-se à mão de Camila como se fosse uma tábua de salvação, ela a puxou para dentro do prédio e passou pelas plantas exóticas e pelo lago de carpas no pátio, sem lhe dar muita chance de se maravilhar com o ambiente. As cortinas das janelas do chão ao teto de cada lado do caminho estavam abertas para variar, dando a ela um vislumbre de seus colegas socializando na área de recepção.

— Ótimo — Lauren murmurou. — Vanessa já está lá, desfilando em torno de seu marido e provavelmente seu livro.

— Qual é ela? — Camila perguntou.

— A ruiva com o sorriso de pasta de dente é o James, o sósia do James Bond colado ao lado dela.

Camila esticou o pescoço.

— Ela parece legal.

Lauren arqueou as sobrancelhas para ela. Camila tinha acabado de dizer isso para irritá-la?

— Oh, ela é legal. Pelo menos na sua frente. Mas se servir aos propósitos dela, ela vai falar mal de você pelas suas costas.

— Talvez você seja apenas paranoica — disse Camila.

Antes que Lauren pudesse responder, Vanessa as viu pela janela e deu um aceno exagerado.

Lauren gemeu.

— Aqui vamos nós. — Ela puxou Camila pela porta.

— Lauren, bem-vinda — disse Vanessa enquanto arrastava o marido até elas. Ele era um cara magro e barbeado que realmente parecia James Bond em seu smoking feito sob medida.

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