Capítulo 14 - Panqueca.

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Lauren estava se mexendo e se virando. Uma hora atrás, ela saiu da cama muito grande e arrastou o travesseiro e as cobertas para o sofá, onde acabou dormindo na maioria das noites desde que Abby se mudou. Ela cochilou um pouco, mas o sono de verdade a evitou.

Muitas coisas continuavam passando por sua mente.

Para sua surpresa, não foram as imagens de Abby dizendo a ela que estava tudo acabado que passaram por sua mente. Em vez disso, o que a manteve acordada foi sua mente evocando cenários possíveis do que poderia acontecer quando ela levasse Camila para a festa de Renata e a reunião com a editora de aquisições.

Um som vindo do corredor varreu o último resquício de sonolência.

Aquilo era um piso rangendo?

Lauren ficou tensa, embora ela se lembrasse de que tinha um sistema de segurança.

O som da geladeira sendo aberta e fechada passou, e Lauren afundou contra o travesseiro. Um ladrão verificaria as caras obras de arte nas paredes, não o conteúdo de sua geladeira. Tinha que ser Camila.

O pensamento trouxe de volta um pouco de sua tensão ao imaginar Camila bagunçando sua cozinha novamente.

Ei, você queria ser mais tolerante com isso, lembra?

Uma olhada nos ponteiros iluminados de seu relógio de pulso revelou que eram cinco horas de qualquer maneira, então ela poderia muito bem se levantar. Ela carregou o travesseiro e as cobertas de volta para o quarto para que Camila não percebesse onde ela havia dormido, então caminhou em direção à cozinha.

— Bom dia — disse ela da porta.

Camila largou a garrafa de plástico que estava segurando e se virou. Água espirrou por todo o chão da cozinha quando a garrafa aberta rolou.

— Jesus! Você me assustou demais! — Ela pressionou uma mão contra o peito arfante.

Lauren ergueu as duas mãos.

— Desculpe. Eu... — ela apertou os olhos para Camila, que parecia pálida e agitada. — Você está bem?

— Estou bem. Você apenas me assustou. — Camila se abaixou, pegou a garrafa e começou a enxugar a água com o pano que estava pendurado na torneira.

Seus instintos de terapeuta impulsionaram Lauren para mais perto. Era apenas sua imaginação ou as mãos de Camila estavam tremendo? Ela se aproximou, tomando cuidado para não pisar em nenhuma das poças, ajoelhou-se ao lado de Camila e a interrompeu com um toque no joelho.

Só quando Camila se encolheu é que percebeu que sua perna estava nua; ela estava usando algum tipo de short de dormir.

Lauren puxou a mão dela. Uau. Que reação intensa de Camila. Não era como se ela estivesse tentando apalpá-la ou algo assim. Sem tocá-la novamente, ela apontou para o pano nas mãos de Camila.

— Quer que eu faça isso?

Camila fez uma pausa em suas tentativas de enxugar a água derramada e olhou para ela.

— Você realmente é uma maníaca por controle, não é?

— O quê? Não! Não é sobre eu querer assumir. Tudo que eu queria era... — Lauren se conteve. Ela não precisava disso, especialmente antes de tomar sua primeira xícara de café. — Quer saber? Esquece. — Ela ficou de pé de um salto e caminhou até a porta.

— Lauren, espere! — A voz de Camila parou. — Eu... eu sinto muito. Eu só... não dormi muito bem. Claro, isso não é uma desculpa para ser uma idiota.

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