Capítulo 15

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A melhor coisa pra mim, está sendo passar esses dias com Mathew. Já ficamos horas passeando pelo parque, compramos algumas camisetas e pulseiras, e fizemos coisas que sempre fizemos. Mas mesmo olhando para a boca um do outro de maneira diferente, essas ações continuaram as mesmas, com indescritíveis valores e sentimentos.

Passaram-se alguns dias, e chegou as aulas. Houve bastantes reencontros, e logo os professores resolveram se aproveitar de nós com enormes listas de exercícios para casa, e um seminário de biologia. Mathew esteve ocupado hoje com este trabalho da escola, eu já havia terminado o meu, então para não ficar sozinho em casa chamei Amy para conversarmos sobre qualquer coisa. Ela havia chegado no período em que minha mãe ainda estava em casa, ambas se cumprimentaram com sorrisos e aperto de mãos - Amy sempre mais animada - , e subimos para meu quarto.

- Oi, Johnny! - disse ela para o peixe - Como está crescido... - riu ela e continuou a andar.

Percebi que Mathew havia parado um pouco de falar com o Johnny, o que me surpreendeu realmente, pois sempre foi de falar com meu peixe. Isso deve significar que está mais preocupado com outra coisa quando vem em casa - talvez seja eu.

- Bem... - comecei. - Vamos fazer o quê? Estou sem nada para fazer aqui em casa... Ainda mais sem o Mat.

- Eu fico triste pela irmã dele...

- Nem me fale. - respondi - Vamos mudar logo de assunto. Quero falar sobre uma coisa que nunca falei com ninguém.

- Ai, meu Deus. Vocês... - exclamou ela sem continuar a frase.

- O quê? Não! - ri alto - Não fizemos nada... Ainda. - ri novamente - Queria falar sobre as tatuagens.

- Você quer fazer tatuagem? - perguntou Amy.

- Sim. Mas não sei bem o que. Queria que fosse algo que representasse nosso amor.

- Humm... Entendo. - um tempo em silêncio. - Eu sou boa nisso. Posso te ajudar.

Eu sorri em agradecimento. Estávamos sentados sobre o tapete de meu quarto, ela usava o cabelo solto - o que era raro - e uma camiseta bem decorada com flores, coisas coloridas que não chamavam muita atenção.

- Por favor, pode pegar um lápis e um papel? - perguntou Amy.

Me levantei e retirei da mochila que levo para a escola os materiais necessarios, voltei e sentei de frente a ela.

- Certo. Agora... Descreva seu amor por ele.

- Humm... Complicado. - falei - É algo que eu tenho certeza que é verdade, algo muito grande...

- Grande... - balbuciou ela e rabiscou a folha de papel.

- Continuando. - exclamei. - Nosso amor é sincero, uma coisa que levou tempo, e que não pode se substituir fácil. É algo que nos diverte e que mostra o quanto eu posso gostar da vida. Ele me faz reerguer e continuar andando.

- Entendo. - rabiscou novamente.

- Mais? - ela acenou com a cabeça. - É algo louco e devastador. Algo que me consome e me proteje. Parece que me constrói e me derruba ao mesmo tempo.

Ela havia desenhado algumas coisas, e escrito também. Havia uma enorme árvore com galhos fortes e diversas folhas. Também tinha uma bicicleta um pouco mal feita, e algumas palavras como "pílula" e "bactéria", mas eu parecia já ter decidido o que eu faria.

- A bicicleta. - exclamei. - Quero fazer uma bicicleta.

- Tem certeza? Se quiser podemos personalizar o desenho da bicicleta da maneira que mais lhe agradar.

S.L.M (Romance Gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora