Capítulo 27

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Eu fiquei assustado, e não sabia como reagir, pois Mathew havia se levantado e pulado da cama, como se minha casa estivesse sendo invadida. Ele me perfurou com seu olhar indignado, e ainda surpreso eu falei:

- Mat, volta aqui! Onde você pensa que vai?

- Preciso acertar isso com aquele vagabundo aproveitador! - gritou ele.

- Agora?!

Ele se movia diversas vezes pelo espaço amplo no meu quarto, sem saber o que fazer.

- Eu preciso ir pra casa. Preciso pensar.

- Você não ouse entrar numa briga amanhã, Mathew! - indaguei.

- Não prometo nada, querido. - disse ele se afastando e abrindo a porta do meu quarto.

- Mat! - gritei. - Mathew! Vem aqui! Me responda! Você não vai me deixar assim, vai?!

Eu me esforçava para erguer meu tronco, ou mover as pernas, mas a dor não me possibilitava a fazer isto. Então apenas o observei sair lentamente pela porta, me deixando um beijo no ar lançado pela sua mão.

- Eu te amo. Até mais. - disse ele, e saiu.

- Ah! Mathew! - exclamei. - Não estou acreditando nisso.

Me virei rapidamente para a mesinha de cabeceira ao lado da cama, e peguei o celular com dificuldade, e lentamente fui escrevendo uma mensagem para Amy.

"Amy, por favor, vai pra escola amanhã e não deixe que Mat entre numa briga".

Momentos depois ela me responde com: "Como assim? Tony me falou que você sofreu um acidente. Tá tudo bem?"

"Longa história, querida. Só não deixe que ele não entre em encrenca.", escrevi.

"Ah, sim. Qualquer coisa me conte, viu?", disse ela. Afirmei e saí da conversa.

Fiquei deitado pelo resto da tarde, apenas recebendo comida na bandeja pela minha mãe, e com a TV ligada direto. Mathew não havia me respondido as mensagens que eu enviara, e comecei a ficar preocupado.

Logo a noite chegou, e meu pai foi no meu quarto ver-me, e falei que não estava em bom estado de ir na escola nos próximos dias, e ele concordou. Agora todos estavam fazendo um pouco de favores para mim, enquanto eu apenas queria estar com Mathew, sabendo que ele não estaria mexendo com Mike, que poderia acabar com ele junto com seus amigos.

Por mais que eu ainda sentisse meu corpo latejar e arder, dormir foi muito fácil, pois meus músculos já estavam exageradamente exaustos pelas danificações, e os olhos já pesavam, quando menos percebi que já estava dormindo. Quando o telefone tocou, as primeiras luzes do sol já iluminavam meu quarto, passando pelas brechas da cortina na janela, e olhando para a tela do celular vi que era o despertador para ir à escola.

Desliguei-o, e tentei voltar a dormir, e depois disso, só acordei próximo às onze da manhã, e já poderia mandar mensagens para Amy, checando se estava tudo certo com Mathew. Ela não respondia, pois ainda deveria estar na aula.

Enquanto isso, fui revirando tudo que tinha no celular: fotos, mensagens, vídeos. E entrei no aplicativo em que eu havia usado na noite da balada para descobrir a música que tocava, e vi que se chamava "Real Love", e fui para o navegador da internet para baixá-la.

Bateram na minha porta, e ouvi a voz da minha mãe, então deixei que entrasse. A porta se abriu e seu rosto se projetou no espaço curto, e sua voz soou aguda dizendo:

- Querido, já quer que eu faça o almoço?

- Adoraria, mãe. Obrigado.

Ela sorriu. Mas ao invés de sair, como eu esperava, ela abriu mais a porta e se aproximou, sentando na beirada de minha cama.

S.L.M (Romance Gay)Where stories live. Discover now