Alice Kim: A Herdeira de Mystic Falls.

37. Damon e Alice.

Preso pelo meu irmão, o pai da minha ex namorada e um híbrido mesquinho, na adega da minha própria casa desde a noite anterior, tendo meu sangue drenado ainda com uma leve vontade de matar o irmão Gilbert. Meu dia poderia estar melhor? Acho que não. Alice não fala direito comigo desde que viajou com aquele feiticeiro miserável, têm me tratado estranho e ninguém sabe me informar de nada sobre isso, ou sabem, mas não querem que eu saiba. Claro que o meu dia está ótimo, está incrível, ainda mais com Klaus na minha cola, me perturbando desde cedo com o assunto chato sobre o treinamento do Pequeno Gilbert que foi uma das minhas responsabilidades idiotas dessa semana.

- Nada disso seria problema se tivesse feito o seu trabalho direito. - Ele me chama a atenção novamente, bufando um riso como se estivesse certo. - Eu deixei que você treinasse o Jeremy.

- Não deixou nada! - Digo, ignorante enquanto pego e jogo para o alto uma bolinha diversas vezes seguidas com apenas uma de minhas mãos. Estou deitado na cama nada confortável da minha "cela". - Você apareceu lá no segundo dia. Sabe como é difícil fazer essas mentes de Xbox se concentrarem?!

- E quando eu transformei uma turma de um bar inteira em vampiros pra ele matar, você deixou o Kol matar. - Ele diz, andando de um lado pro outro dentro do cômodo daquele jeito "nobre" dele.

- Problema do seu irmão e não meu, amigo. - Digo pacificamente, continuando tentando me distrair com a bolinha.

- De quem foi a ideia brilhante de despertar a mente do Jeremy, hm? - Klaus olha para mim com um sorriso sem vergonha no rosto, de novo tentando jogar a culpa em cima de mim. Dessa vez, paro de jogar a bolinha e o encaro de vez.

- Eu não podia deixar que ele tentasse matar a Elena enquanto ela dormia, não é? - Pergunto o óbvio.

- Ah, é... Pelo amor da Elena... Como é que ela... Ah, não, espera um segundinho aí... - Ele para de andar e me olha. - A história não é mais essa... Ou é? Porquê eu me lembro muito bem que a história mudou quando uma certa bruxinha veio pra cá. - Ele sorri, esperando, com certeza, a minha ira. - Mas agora que a Alice está sem as memórias das coisas horríveis que você já fez com ela, com o Stefan, com a Elena e provavelmente com todos dessa cidade, você poderia recomeçar sem ela ou poderia aproveitar... Ser um novo homem, um novo vampiro pra ela... Porém, você não quis, nao é mesmo? Será que isso tem a ver com a Elena e o seu amor por ela? A ligação dela em você têm aproximado mais vocês dois, eu percebi.

- Talvez tenha a ver com o fato de que não seja da sua conta, Klaus. - Respondo, olhando torto para ele e voltando a jogar a bolinha no ar. Ele bufa um riso.

- Sempre me pergunto como é que a Alice conseguiu passar por cima de todas as coisas horríveis que você já fez, tanto ela quanto a Elena está fazendo agora. Ignorância voluntária ou talvez algo mais patológico?

- Algumas pessoas são mais capazes de perdoar do que outras. - Respondo, mantendo minha pose de calmo, afinal, elevar a voz ou brigar com ele vai apenas me ferrar. Por mais que seja difícil controlar meus impulsos de querer quebrar o pescoço do Klaus agora mesmo, é o que eu devo fazer. - Aposto que você tem menos 500 pontos nesse quesito.

- Que isso... Deve ter um segredo. - Ele continua. - Vamos fazer uma comparação, Alice e Elena. Não pode ser só a ligação, porque só a Elena tem, então não explica o comportamento da Alice do seu lado. Então, o que é? Compulsão? Não, Alice não pode ser hipnotizada. Manipulação? Algumas palavras bonitinhas?

Continuo em silêncio, não por querer realmente ficar em silêncio, mas simplesmente por não saber responder. Assim como Klaus, agora estou me perguntando o que Alice, Elena e até mesmo o Stefan viram em mim que mereceu de alguma forma o perdão deles. Eu não sou um bom vampiro, não sou o Stefan e muito menos faço as melhores escolhas, mesmo que Alice sempre tenha me dito que apesar de tudo isso eu era sim um bom cara. Agora, Elena me ama, mas por quê? Tudo me leva a crer que ela só está se deixando levar pela ligação, ou seja, talvez Klaus esteja certo quanto à Elena, mas a Alice? Não... Ela sempre me acolheu, mas também sempre me disse a verdade sobre as escolhas ruins. Ela sim me conhecia, talvez por conta de todo aquele universo onde a minha vida era uma série de TV, mas conhecia.