06. Alice.

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Após mais estranhíssimo encontro com o tal Dievon, decido ir correndo para casa tentar falar com alguém, já que meu celular não está na minha bolsa como deveria. Aliás, nem mesmo toquei no meu próprio celular desde que acordei!

Não sei do que Dievon estava falando. Colar, pedra, na disso me soa familiar, mas se minha mãe é tão perigosa como Stefan e meu pai disseram ser, vale muito a pena eu fazer o máximo de esforço para dar o que Dievon quer. Ele é um bruxo? Tenho que perguntar isso para o Stefan depois.

Chego em casa e sinto cheiro de café ao passar pela porta. Quase me esqueci de que ainda está de dia e que o meu café da manhã foi uma limonada. Meu sistema imunológico deve estar bem afiado agora.

Ando até a cozinha em busca do meu pai, e quando o encontro, ele está fazendo ovos mexidos enquanto dança ao som do próprio assobio. No balcão, tem uma xícara de café e outra de suco, junto com algumas torradas já mordidas.

- Oi, pai. - Cumprimento ele, me aproximando do balcão e me escorando lá.

- Ah, oi querida! - Ele sorri para mim, terminando de fritar os ovos. - Quer ovos mexidos? Acho que fiz um pouco mais do que realmente consigo comer.

- Sim, claro... - Aceito os ovos. Esse cheiro maravilhoso lembrou meu estômago de que nada mastigável foi ingerido essa manhã. - Não comi nada hoje de manhã, estou com fome.

- Você não tinha ido ao Grill? - Ele me pergunta, dividindo os ovos mexidos em dois pratos. Me sento no banquinho e continuo observando.

- Sim, eu fui, mas não pedi nada para comer. - Explico e ele me passa um prato com ovos mexidos, torradas novas e duas horas de bacon. - Conheci um rapaz hoje.

- Um rapaz? - Ele pergunta sem olhar para mim.

- Sim, aparentemente é novo na cidade. Ganhei o número dele, mas não sei se vou ligar. - Digo, comendo meus ovos.

- Talvez seja bom andar com pessoas mais normais do que o geral. - Ele comenta, mas dessa vez, olhando para mim. - Sabe, eu gosto do Stefan, mas tenho percebido você meio molinha... Está tudo bem?

- Só estou meio... Confusa. - Admito. - Mas vai passar, é só questão de tempo.

- Certeza? - Ele ainda está olhando pra mim. - Me preocupo com você.

- Eu sei, mas estou bem, de verdade. Eu só não quero ter que pensar nas coisas que tenho que lembrar. - Como um bacon. - Eu só preciso de um tempo.

- Tudo bem, qualquer coisa estou aqui. - Ele sorri e eu sorrio de volta.

- Obrigada. - Como mais bacon. Eu gosto do meu pai. É meu pai, claro, mas assim... Gosto da calma dele, da compreensão. É legal. - Bom, eu quero um tempo, mas parece que não tenho muito. Um tal de Dievon veio falar comigo hoje, querendo um colar com uma pedra vermelha.

- Dievon. - Meu pai diz, fazendo uma cara nojenta.

- Você o conhece? - Como uma torrada.

- Ele foi o desgraçado que ajudou a sua mãe a apagar sua memória. - Ele diz com raiva. - Ele é um feiticeiro. Você prometeu ajudar ele a recuperar algo que a sua mãe roubou dele para ter certeza da "lealdade" dele à ela. O que ele queria com você?

- Exatamente o mesmo que prometi a ele. - Digo, comendo o resto dos ovos mexidos. - Aparentemente, ele quem está impedindo que a minha mãe volte tão cedo para me buscar e ele me ameaçou. Disse que se eu quiser atrasar um pouco mais a vinda dela, tenho que dar a ele o colar com a pedra, mas que pedra é essa?! Onde vou achar isso?

- Já falou com o Stefan sobre isso? - Meu pai pergunta, tomando um gole de café.

- Ainda não. - Suspiro. - Tenho que achar meu celular para ligar para ele ainda. Aliás, você viu meu celular? Não toco em um que seja meu desde o dia em que acordei... - Penso por um tempo. - Ontem para ser exata.

Alice Kim: A Herdeira de Mystic Falls.Where stories live. Discover now