43. Salvatore.

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Alice...

4 dias para voltar a estudar. Que saco.

Acordo com o sol assando meus olhos através da janela do meu quarto, ilumimando-o quase por inteiro. Sinto raiva de mim mesma por ter esquecido de fechar as cortinas antes de ir dormir na noite passada.

- Não acredito. - Digo para mim colocando o travesseiro em meu rosto para cobrir a claridade.

Me levanto ainda com bastante sono e ando até as janelas para fechar todas as cortinas, o que faço rapidamente e com raiva. Eu odeio acordar sem que meu corpo esteja preparado para isso ainda, é como se todo o cansaço de dias atrás voltasse de uma vez.

- Mas tudo bem, é o que temos para hoje. - Falo sozinha, expondo meus pensamentos enquanto me espreguiço fortemente.

Chacoalho meu corpo rapidamente para "espantar os males" como dizia a minha mãe antigamente e me preparo para começar o dia, ainda que assim como os outros, seja só mais um dia comum. Talvez o dia anterior tenha sido melhor por ser mais diferente, mas é claro, graças a Damon Salvatore.

Damon... Penso nele enquanto separo uma muda de roupa e minha toalha para o banho.

Eu o conheci na noite passada, quando o mesmo veio falar comigo. No começo eu fui extremamente arrogante, porém, depois ele conseguiu me conquistar. Seu humor é peculiar e ele parece ser meio doidinho, mas ele é divertido de certa forma.

Conversamos um pouco pela noite, mas como eu estava com fome, eu disse que queria voltar para casa. Ele se ofereceu para me acompanhar, porém eu recusei, afinal, ele continua sendo um desconhecido. Nem ao menos sei se ele realmente é um Salvatore, embora eu nunca tenha realmente conhecido um Salvatore de perto. De qualquer forma, espero vê-lo novamente algum dia, pois tenho um leve pressentimento que nós ainda vamos nos dar muito bem se tudo der certo.

A manhã vai se passando e assim que termino meu demorado banho de água quente, desço as escadas correndo, simulando em minha própria mente o cheiro de panquecas recém servidas, seguido de uma decepção extrema ao chegar na cozinha e perceber que meu cérebro estava apenas me pregando mais uma peça diária. A cozinha está vazia e limpa, como se nunca houvesse sido usada; louça organizada, armários bem fechados e nada parecido com qualquer sinal de que alguém estaria fazendo panquecas.

A solidão matinal invade o meu ser como em todos os dias e o eco do mais possível nada atenta aos meus ouvidos como zumbidos de mosquitos ao tentarmos dormir. Eu tento me acostumar todos os dias com essa minha nova "amizade", mas confesso ser muito difícil.

Antes de tudo o que fez nós nos mudarmos para cá acontecer, meu pai costumava acordar bem cedo e todos os dias, sem falta, fazia panquecas fresquinhas para comermos, meu irmão, minha mãe e eu. Quando tudo isso mudou de uma hora para a outra, o que me restou foi a saudade. Saudade de dias que não sei se irão voltar.

Desde esse tempo, tenho a solidão como minha parceira todas as manhãs, e de vez em quando durante as noites também, mas sei que um dia talvez eu vá me acostumar com ela.

Sento-me ao balcão pensando no que comer no café de hoje, ou melhor, se vou comer ou não. Não estar tão acompanhada não me faz sentir fome. Para falar a verdade, meu pai e meu irmão que sempre me faziam comer bem, porque por mim mesma, eu viveria de porcarias.

E por falar em minha família, volto à realidade quando meu celular começa a tocar. Hesito em atender ao ver que se trata de Matteo, mas atendo assim que crio coragem.

Chamada ativa com Matteozinho

M: Bom diaaa! - Ele deseja com animação.

Alice Kim: A Herdeira de Mystic Falls.Where stories live. Discover now