Alice Kim: A Herdeira de Mystic Falls.

10. Damon.

Faz mais ou menos 15 minutos desde que entrei em um trailer muito peculiar no meio da floresta, onde estou preso por uma armadilha que pode me explodir em milhões de pedacinhos e levar embora todos os meus 170 anos aqui nessa Terra. Uma flecha na perna direita e mais uma no meu peito, bem acima do meu coração, mas que maravilhoso.

Tento não me concentrar na dor, considerando o fato de que sinto as flechas em mim cobertas de verbena. Não posso nem mesmo me mover tanto. Esse cara sabe mesmo como acabar com um vampiro, mas não este vampiro, não mesmo.

Liguei para Alice assim que consegui me mexer um pouquinho para pegar o meu celular no meu bolso traseiro. Eu sei que eu poderia ter ligado para o Stefan, que com certeza viria mais rápido, mas eu sou orgulhoso, não quero ouvir sermão dele e bom, quero ficar mais perto de Alice... Combinamos uma coisa importante na noite passada, afinal, e quem seria eu se não cumprisse algo?

Nosso acordo... Será que eu devia ter aceitado? Provavelmente meu irmão vai querer me matar e Joseph mais ainda, só que a escolha não é deles e eles sabem muito bem disso. O que cabe a eles, é aceitar, porque Alice nunca vai deixar ninguém impedir ela de fazer algo que ela quer fazer.

Bom, por enquanto, vou ver no que dá.

Já estou esperando faz uns 10 minutos, mas a espera termina quando enfim ouço sons de passos rápidos perto do trailer. Deve ser ela, vindo rápido e com certeza, muito curiosa sobre o que está acontecendo.

— Damon? — Ouço a voz dela do lado de fora me chamando. Ah essa voz...

— Aqui... — Digo um pouco alto para chamar a atenção dela até mim e não demora muito para ela abrir a porta do trailer e parar provavelmente assustada ao me ver.

— Damon, o que é isso? — Ela pergunta confusa.

— Entra e fecha a porta... — Digo baixo e ela obedece. Nunca se sabe quando o maldito caçador vai aparecer de novo.

— Minha nossa, isso é uma bomba! — Ela diz assustada e ouço ela dar um passo pra trás.

— Não, isso é... Um gatinho... — Penso um pouco. — Um gatinho adorável e muito explosivo.

— E por que você não chamou o Stefan?!

— Porque eu sou orgulhoso, teimoso e olha! Você está aqui! — Respondo com um sorrisinho sarcástico. — Achei um belo momento para firmarmos a nossa amizade.

— Belo momento esse com uma flecha no seu peito e uma bomba que pode matar não só a você, mas agora a mim também! — Ela reclama.

— Não precisa se preocupar... Vem... Preciso que seja a minha amiga que desarma bombas e corte a flecha... Eu mesmo o faria, mas se eu me mexer... — Toco levemente na corda que mantém a flecha ligada à bomba para demonstrar o meu pequeno teatro de explosão. — Bum!

Ela vem para o meu lado, onde eu consigo ver o seu rosto lindo e nervoso, e admiro de baixo pra cima o seu lindo corpo. Ela está bonita, como sempre é claro, o cabelo está preso em um rabo de cavalo alto e tem algumas trancinhas também, e usando o que simplesmente amo vê-la usar: uma blusa de alça solta e branca, com uma belíssima saia colada preta e de couro, botas e uma coisa que percebi também na noite anterior... O colar que dei a ela. Será que ela usa só por usar ou é porquê ela sentiu algo especial?

— Você está bonita. — Comento, mas na real, eu queria dizer "gostosa".

— É sério?! — Ela questiona, com uma cara de "estamos em um momento sério e você está elogiando minha roupa?". Eu sinceramente gosto dessa cara.

— Vai me ajudar ou não? — Pergunto, tentando mudar de assunto logo. Ela pensa por um tempo e parece ficar ainda mais agoniada, mas depois ela revira os olhos, suspira e finalmente diz: