42. Nosso verdadeiro começo.

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Alice...

Mystic Falls.

Essa cidade têm sido o meu novo lar há dois meses. Não é uma cidade grande, pelo contrário, é bem pequena. Eu particularmente gosto. Poucas pessoas, escola perto, praça e restaurante também. Tudo acaba sendo mais perto e fácil para a preguiçosa que habita em mim.

Meu irmão Matteo e eu nos mudamos para cá para morarmos com o meu pai em sua cidade na natal e como ele mesmo diz: querida. Talvez tenha sido uma das melhores escolhas que já tenhamos feito, visto que as coisas não estavam boas onde estávamos. Apesar de estarmos aqui há dois meses, ainda não conheço tudo, apenas o básico para conseguir me locomover sem dúvidas.

A cidade tem bastante eventos de comemoração, seja por um aniversário de alguém importante ou por um dia quente de verão; eu achei isso bastante divertido e dá para conhecer várias pessoas nesses eventos. O melhor até então foi o de fim de ano com decorações estreladas e luminosas, mas não tão exageradas.

Meu pai e uma parte da família dele cresceu aqui, sendo uma das famílias mais influentes da cidade. Ele é bem conhecido. Assim que chegamos ele se tornou detetive particular, mas passou a viver viajando pelo mundo em busca de algo que ele nunca diz o que é. Eu não o vejo tanto quanto antes, mas tudo bem, sei que é trabalho. Apesar de sentir saudade e de me partir o coração o ver ele indo embora, ele compensa quando vem para casa e canta comigo logo após fazermos nossas coisas preferidas.

Meu irmão é quase a mesma coisa. Ele iniciou a Universidade assim que chegamos aqui e logo se mudou para lá, mas não apenas por isso. O clima em casa com o meu pai estava estranho; eram brigas atrás de brigas, até que um dia os dois pararam de se falar. Meu pai tem um ar muito calmo para resolver coisas e quase nunca o vejo estressado, mas diferente dele, Matteo puxou esse lado da nossa mãe. Ele é estressado e muitas vezes bipolar, mesmo sendo um amor e um rapaz muito carinhoso. Meu pai não suportava as teimosias da minha mãe e quase sempre se estressava com ela. Quando eles se separaram, nos mudamos justamente para fugir de todo o clima ruim entre nós e minha família materna, mas ao chegarmos, Matteo começou a ser bem rebelde e meu pai não gostou nada. Não é uma história boa e tento não pensar muito nela. Enfim... Matteo se mudou para o campus da Universidade Whitmore e vem para casa as vezes.

Em resumo, muitas vezes eu fico sozinha em casa, enquanto meu irmão e meu pai fazem as suas coisas. Eu tenho 16 anos, já posso ser considerada maior de idade nesse país, mas confesso que foi um choque e tanto ter que amadurecer mais rápido que o normal. De qualquer forma, eu me sinto bem agora e de certa forma, me sinto livre.

É uma noite fria de inverno, porém sem neve. Ainda não comecei meus estudos por conta de toda a mudança e do pessoal ter ficado de férias com esse tempo, mas assim que as aulas voltarem eu entrarei. Faltam exatamente 5 dias para as aulas voltarem e não estou muito ansiosa por conta do nervosismo ao conhecer colegas novos. Mudar de uma cidade já conhecida para uma outra completamente nova me dá um frio enorme na barriga.

Estou passeando pela cidade com minha mochila de panda nas costas a caminho do restaurante onde consigo comida de graça pelo menos uma vez por semana. Está uma noite calma, sem muito movimento nas ruas, mas ainda assim, alguns casais e famílias aproveitam o frio na praça. Eles não estão tão agasalhados quanto eu. Na verdade, comparados a mim, eu sou completamente estranha e fica bem na cara que eu não sou daqui.

Estou vestindo dois casacos, uma legging e uma calça diz grossa, com botas de frio e o um gorrinho vermelho em minha cabeça. Talvez não fosse tão estranho assim se os casacos fossem finos, mas se torna muito estranho quando os casacos fazem eu parecer duas vezes mais gordinha, mas tudo bem.

Chego ao Mystic Grill, lugar onde eu quase sempre janto e o mesmo lugar onde pego comida grátis uma vez por semana. É um lugarzinho agradável, com bar, restaurante e uma área de jogos. Ele sempre está lotado de gente, bêbados, para ser mais específica. Porém, eu não venho até aqui para ver nenhuma dessas pessoas e nem para beber ou jogar, eu venho mais para conversar com o barman e pegar minha comidinha.

Alice Kim: A Herdeira de Mystic Falls.Onde histórias criam vida. Descubra agora