Alice Kim: A Herdeira de Mystic Falls.

38. Alice.

Após o aparecimento do mapa no corpo de Jeremy e uma noite tensa e longa discutindo planos e mais planos para a nossa jornada rumo à cura, a manhã seguinte surge em um piscar de olhos, literalmente.

Cheguei em minha casa quando já estava amanhecendo, me joguei em minha cama e depois de fechar os olhos por um segundo, tive que me levantar para arrumar minhas coisas. Vamos viajar até a suposta ilha onde Silas está petrificado com a cura, o que me dá um pouco de adrenalina, mas é que claro que também tenho os contras dessa viagem.

- Tem certeza que pegou tudo? - Meu pai pergunta pela milésima vez enquanto verifica minha mochila de sobrevivência, achando que eu não estou vendo ele colocar um par de meias confortáveis escondido em um canto dela. - Você vai precisar de muita energia lá, já passou a noite sem dormir, acho que vou preparar uma comida...

Sorrio, quase me esquecendo que meu pai também mentiu para mim sobre meu antigo relacionamento com Damon. Espanto meus pensamentos ruins, sem a menor insistência em querer pensar nisso nesse momento, mesmo sendo esse, um contra para eu não querer ir nessa viagem.

- Pai, não temos tempo até você preparar nada, o pessoal e eu vamos nos encontrar na delegacia assim que terminarmos de nos arrumar. Eu acho que vou ficar bem só com as barras de proteína, talvez nem demore tanto também...

- É bom sempre estar preparado para tudo. - Ele diz, analisando a mochila de novo, provavelmente pensando no que mais colocar. Viro meu rosto e volto a fazer o que estava fazendo: pentear meus cabelos e fazer uma trança embutida neles enquanto me olho no espelho. - Eu queria poder ir.

- Não mesmo! - Digo firme. - Acredite, você vai ajudar muito mais ficando aqui e também vai ficar mais seguro. Você sabe dos vampiros e dos personagens que para muitos deveriam ser de conto de fadas, e como praticamente todos nós vamos atrás dessa cura, a cidade vai precisar de você caso algo aconteça aqui.

Meu pai insistiu muito para ir conosco durante a nossa conversa da madrugada sobre os nossos planos, mas todos, ou pelo menos a maioria de nós concordamos que meu pai seria muito mais "útil" ficando na cidade com um estoque de armas para lidar com situações perigosas que podem acontecer enquanto estamos fora. Também não sabemos da força de Silas caso ele desperte de alguma forma e já estamos arriscando nossa segurança levando uma vampira novata conosco, então, definitivamente meu pai está muito mais seguro aqui.

- Eu sei, mas... Não me sinto seguro em saber que você e todos os seus amigos, principalemnte a Bonnie vão ter que ir com aquele professor manipulador.

E aí vamos nós para um outro contra: Shane, o professor esquisito.

Sem termos muito poder de escolha, fomos obrigados a deixar que Shane vá conosco, afinal, toda essa ideia e todas essas descobertas foram através dele, não que agora ele seja importante para nós, mas ele é importante para o nosso objetivo: pegar a cura. E ele sabe onde está, sabe ler o mapa no corpo de Jeremy e é um dos únicos que pode nos ajudar decifrar o que está por trás desse mapa. Então, não nos restou muita opção, senão deixar ele nos guiar.

- Nem me fale. - Suspiro. - Também não confio nele, nunca confiei, mas no momento não temos muita escolha. Elena precisa da cura e Shane é o único que consegue nos guiar pelo caminho correto, ou... Mais ou menos isso.

- E o Stefan ainda quer levar a Rebekah... - Meu pai me lembra. Rebekah é o meu segundo ponto contra sobre essa viagem. Ela vai ser de extrema ajuda, porém é imprevisível, assim como o seu irmão, Klaus. A qualquer momento podemos esperar a "surpresa" da traição dela em cima de nós, o que nos deixa um tanto quanto vulneráveis. - O que você acha dela?

Fico me olhando no espelho por uns segundos pensando em como responder essa pergunta. Eu poderia dizer qualquer coisa, como por exemplo, o que acabei de pensar sobre ela ser imprevisível e que desde já podemos esperar uma suposta traição da parte dela, mas eu também sei que Rebekah não é um bicho de sete cabeças e que no fundo ela só quer ser humana também; fugir de uma eternidade que lhe atormenta sempre e enfim fazer algo mais comum da vida, como casar, ter filhos, estabilidade emocional, um emprego bom, mas ainda assim...