• Sete •

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Valeska

Acabo dormindo vendo uma série qualquer no celular. Quando acordo percebo que já a noite, a janela aberta e um vento gostoso entrando.

Me levanto bocejando e vejo que meu celular está desligado por falta de bateria, coloco no carregador e ligo o mesmo que começa apitar indicando várias mensagens.

Desbloqueio vendo que são todas da Tamara. Resolvo ligar já que não estava afim de ler tudo.

Ela me atende no segundo toque.

Tamara: Tava aonde rapariga?- Fala rápido, quase não consigo entender.

Eu: Tirando meu soninho de beleza.- Falo calmamente.- O que aconteceu?

Tamara: To querendo sair amiga, ficando muito em casa.- Fala manhosa.

Eu: Ta precisando é de...- Não completo a frase mas escuto sua risada alta indicando que ela entendeu.

Tamara: Ai amiga.- Para a risada.- Vamos comigo? Ta rolando um reg na rua de baixo.

Eu: De quem?- Pergunto desconfiada.

Tamara: Fabiana.- Fala estalando a língua no céu da boca.- Vamos, por favor! - Implora.

Eu: Ta bom insistente.- Reviro os olhos.- Vou me arrumar e a gente se encontra no início da rua.

Tamara: Não me enrola!- Dou risada e ela desliga a chamada.

Levanto da cama indo até o guarda roupas, separo um cropped bege claro todo aberto na frente com uma fitinha pra amarrar e um short jeans preto.

Saio do quarto e está tudo em total silêncio, vou até o banheiro faço minhas necessidades, lavo o rosto e escovo os dentes.

Volto pro quarto e troco de roupa ajeitando em frente ao espelho fixo na parede.

Pego minhas maquiagens e resolvo passar apenas rímel, uma sombra somente de brilho e um gloss que dá um volume e brilho na boca. Coloco as argolas prateada

Calço uma sandália baixa nude e pego minha bolsinha de lado preta, coloco meus documentos, cartões e dinheiro.

Pego o celular com pouca carga, passo mensagem pra ela avisando que já estou saindo e ela confirma.

Saio do quarto fechando a porta e tranco por fora jogando a chave na bolsa. Eu que não vou deixar minhas coisas nas mãos daquele homem, não sei do que ele é capaz.

Não faço nem questão de avisar minha mãe, deixo uma mensagem apenas e saio de casa trancando a porta da frente.

Sigo pela rua que estava movimentada por conta de ser sábado, até mesmo as crianças ainda brincavam por ali.

Virei a esquina pegando o caminho da rua da Tamara vendo ela na esquina de short jeans claro, um cropped faixa preto e uma havaianas branca no pé.

Tamara: Achei que tinham te sequestrado!- Fala ao me ver e tirar o celular da orelha.- Tudo bem gata?- Troca beijo no rosto comigo.

Eu: Renovada.- Jogo o cabelo para trás piscando os olhos e ela da risada entrelaçando o braço com o meu.- Será que vai ter muita gente?- Pergunto fazendo careta.

Tamara: Vindo de Fabiana, a gente pode esperar tudo.- Dou risada concordamos.

Seguimos até a rua depois da dela e viramos a esquina indo até o final da rua. Dá pra ouvir o funk desde o início da rua.

Bem no final da rua, que é sem saída, tinha um grupo considerável de homens e mulheres. Alguns carros parados proximos, um bem em frente a casa da ruiva com a caixa de som ligado fazendo a rua tremer um pouco.

Caminhamos até la e logo avisto Sueli que vem nós cumprimentar com beijo no rosto. Fabiana passa por nós erguendo o copo cheio de bebida, apenas lanço um sorriso pra ela e volto a prestar atenção no movimento.

Tamara: Bora tomar uma.- Me puxa pela mão. Entramos na casa e seguimos pra cozinha que tava lotada de bebida sobre a mesa e a bancada.

Pego um copo plástico enchendo com gin e espero Tamara encher o dela para voltarmos pra fora.

Eu: Hmm!- Termino de engolir o longo gole.- Tava precisando disso.

Não sou muito de beber, mas quando eu resolvo sair pra beber pode sair de baixo.

Tamara: Nem morta que eu iria ficar em casa hoje.- Levantou a mão fazendo gestos e eu ri levando o copo até a boca novamente.

Senti um arrepio correr por todo o meu corpo me causando frio. Olhei pro lado vendo algumas meninas conversando e olhando pra um ponto fixo logo depois de mim e Tamara.

Olhei pra direção que elas olhavam e quase me engasguei com a saliva vendo o tal Borges rindo com os amigos.

Ele olhou pra mim passando a mão no cavanhaque e deslizou a língua sobre o lábio.

Dei um sorrisinho de canto e levei novamente o copo até a boca.

...

Foi copo atrás de copo até eu me soltar por completo e começar a dançar acompanhada da Tamara.

Tamara: Eu rebolo sim, de um jeito que te enlouquece.- Cantarolou dançando com a mão no joelho e a outra ocupada pelo copo quase vazio.

Eu: Minha boquinha faz coisas que a sua mente não esquece.- Cantei mexendo a bunda na frequência da música.

Fizemos uma pausinha assim que a música acabou e entrou outra.

Tamara: Ai gata.- Respirou fundo encostando no carro estacionado pouco pra cima da calçada.- O boy daquele dia não para de te encarar.- Comenta olhando pra frente e logo desvia olhando pra mim.

Eu: Quero ver se tem atitude pra chegar.- Joguei o cabelo pra trás olhando pra ele que me fitava de longe.

Tava todo na beca, bermuda jeans, camisa branca de gola e um nike preto no pé. A correntinha fina de ouro reluzia mesmo com a pouca luz do local.

Paralisei quando ele virou pros amigos falando algo, deixou o copo em cima do capô do carro e veio na minha direção.

ValeskaWhere stories live. Discover now