• Vinte e Oito •

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Vanessa

Nem estava acreditando que finalmente eu poderia curtir um show do Natan. Desde estourou as músicas dele eu não paro de ouvir. Além de cantar bem ele é um gato.

Olho pra Valeska conversando com o macho dele que surgiu do nada aqui. Não duvido que os dois tenham combinado isso, e eu vou ter que ficar de vela.

Nem me importo, to bebendo meu drink e vou curtir bem tranquila o show.

Pica-Pau: E ai novinha.- O platinado se aproxima.

Conversamos um pouco no dia da resenha na Praça. Mas nada demais, mas notei seus olhares sobre mim.

E não é de hoje que eu venho notando ele. Primeiro eu o vi na porta da escola, buscando uma morena que achava ser sua namorada. Até que por um acaso vim a descobrir ser sua irmã, o que me deixou bem feliz.

Também já o vi algumas vezes na praia, e pensa em um homem gostoso sem camisa.

Eu: E ai.- Me viro fazendo toque de mão com ele que sorri.- Pelo menos não vou ficar de vela.- Olho pra minha irmã agarrada com o tal Borges.

Pica-Pau: Sabia que iria acabar nessa palhaçada.- Vejo ele olhar mais a frente, olho na mesma direção vendo Tamara que acena pra mim.- Posso te fazer uma pergunta?

Misturo minha bebida com o canudo dando um gole em seguida.

Eu: Claro.- Respondo sentindo minha garganta gelada por conta da bebida, ou talvez pelo nervosismo.

Pica-Pau: Tem quantos anos?- Olho pra ele que ta vidrado em mim, e acabo olhando pro lado disfarçando a vergonha.

Penso em mentir a idade, mas uma hora outra ele saberia a verdade e isso talvez não acabasse bem.

Eu: Dezesseis.- Dou mais um gole na bebida olhando pra ele.- E você?- Pergunto curiosa.

Pica-Pau: Vinte e sete.- Encaro ele que sorri sem graça.

Eu: Tem carinha de ser mais novo.- Sorrio olhando pra ele, da pra ver que ficou desconfortável.- Se importa de ficar com uma menor.- Me aproximei ficando quase colada nele e passei a mão livre em seu braço.

Pica-Pau: Faz isso não, vai dar maior problema pra mim.- Passa a mão no rosto.

Sorrio vendo que ele também me desejava.

Algumas luzes se apagaram e a música que tocava parou. Me virei olhando pro palco e senti minhas mãos suarem. Finalmente ele iria subir no palco.

Meu coração faltou pouco para pular pela boca quando ele apareceu cantando Morena. Gritei alto junto com todo mundo.

Cantei junto e quando percebi minha bebida havia acabado e eu estava com a garganta seca depois de gritar tanto.

Eu: Eu quero mais uma bebida.- Digo mas para mim mesma do que pro platinado do meu lado.

Pica-Pau: Eu busco uma água pra tu.

Eu: Quero é álcool.- Fiz biquinho e el deu risada.

Pica-Pau: Nem pensar, tua irmã arranca minha cabeça depois.- Continuei olhando pra ele com carinha fofa.

Eu: Pega pra você, ai tomo do seu copo. Ela nem vai notar.- Olha pra ela que continua agarrada com o preto dela.

Ele assente sem argumentar contra mim.

Sai de perto e volta minutos depois com um copo grande cheio até a borda. Meus olhos chega brilharam quando vi.

Pica-Pau: Toma água primeiro.- Me entregou uma garrafa de água e eu fiz careta mas vi Valeska me olhando e aceitei tomando um pouco.- Se ela souber vou falar que tu me ameaçou.- Me entrega o copo.

Eu: Relaxa, eu te defendo.- Sorrio dando um gole longo. O líquido desce queimando minha garganta o que me faz tossir um pouco.

Pica-Pau: Vai com calma novinha.- Pega o copo da minha mão.

Eu: O que é isso?- Pergunto após tomar um pouco de água. Gostei do sabor, mas é forte demais.

Pica-Pau: Whisky com energético.- Responde olhando pra frente e toma um gole da bebida.- Achou ruim?

Eu: É gostoso, mas muito forte.- Ele sorri.

Pica-Pau: Vai devagar.- Pego o copo dando um gole curto dessa vez.- Isso.- Sorri.

Tava quase esquecendo que minha irmã estava aqui do lado e dando um beijo nesse cara.

Eu: Se continuar sorrindo assim pra mim, não vou responder pelos meus atos.- Passei a mão por seu pescoço sentindo ele se arrepiar.

Pica-Pau: Não complica as coisas novinha.- Sorri dando mais um gole na bebida.

Não demorou nada pro alcool esta correndo em minhas veias. Me animei e comecei a dançar o forrozinho junto com Ryan.

Ele era meio travado, mas deu uma melhorada com algumas dicas minhas.

Eu: Não pisa no meu pé.- Sorri passando o braço pro seu ombro. Sua mão desceu pra minha cintura me puxando para mais perto.

Levantei a cabeça olhando e seus olhos. Apesar da pouca luz, era possível ver eles brilharem.

Eu: Se você não contar, eu não conto.- Desci o olhar pro seus lábios.

Pica-Pau: Ah foda-se.- Subiu a mão livre afundando ela em minha nuca e me beijou.

Dei espaço pra sua língua que invadiu minha boca entrando em um ritmo acelerado com a minha.

Sua mão foi da cintura pra minha bunda apertando com força.

Eu: Ai.- Me separei sorrindo.- Não te arrancou pedaço viu.- Dei um piscadela.

Pica-Pau: Não to querendo ver o sol nascer quadrado não morena.- Dou risada abraçando ele.

Curtimos o show juntos até o final que foi por voltas das duas da madrugada.

Valeska: Vamos Vanessa!- Gritou me olhando de braços cruzados.

Olhei pro platinado na minha frente que se mantinha sério, parecia estar pensativo.

Eu: Qual foi?- Perguntei sorrindo.

Pica-Pau: Nada não, novinha.- Passa a mão no meu rosto.- Vamos?- Assinto e sigo do seu lado até o lado de fora.

Borges nos deu uma carona. Aproveitei que fui no banco de trás com o Ryan e peguei o celular dele anotando meu número.

Sai do carro me despedindo dele com um beijo no canto da boca.

Valeska: O que foi isso dona Vanessa?- Perguntou enquanto abria o portão.

Eu: Tu me largou pra ficar de casal, precisei arrumar uma companhia.- Dei de ombros e subi as escadas.

Valeska: Tu fica esperta viu garota.- Olhei pra trás e ela fez gestos de que estava de olho em mim.

Sorri e entrei no apartamento me jogando no sofá, onde adormeci sem nem perceber.

ValeskaOnde histórias criam vida. Descubra agora