• Cinquenta e Um •

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Valeska

O

ntem à noite eu e Tamara inventamos de testar alguns drink's aqui em casa mesmo.

Levantei do chão sentindo minha cabeça pesada e meu corpo todo doendo. Dei risada indo pro banheiro.

Tomei um banho gelado pra despertar mais. Sai enrolada na toalha e sai vendo Tamara apagada no sofá quase caindo do mesmo.

Vesti um vestido solto e fui pra cozinha preparar um café e algo para comermos.

Eu: Acorda princesa.- Passo a mão em seu cabelo e a mesma desperta assustada.- Calma doida.- Dou risada.

Tamara: Tive um pesadelo estranho.- Se senta passando a mão no cabelo.- Tava os meninos todos numa casa e do nada começou uma confusão.- Encaro ela que balança a cabeça.

Eu: Fiz café.- Sigo na direção da cozinha.- Vai tomar banho que você ta só o alcool.- Olho pra ela que manda dedo do meio por cima do ombro.

Pego duas panquecas doce que acabei de fazer colocando no prato.

Tamara: Amiga...- Se levanta apressada com o celular na mão.

Eu: Que foi? Ta passando mal?- Vou até ela que não consegue falar, mas se abaixa e pega o controle ligando a televisão.

Vejo ela colocar no jornal local. As imagens era de uma casa em chamas, leio a legenda e vejo que a casa é aqui no bairro.

Tamara: É a mesma casa que eu fui quando você sumiu.- Aponta pra televisão olhando pra mim. Me sento recuperando o fôlego.- Meu sonho foi um aviso Valeska.- Começa a roer as unhas.

Eu: Mas ainda não tem nada sobre se tinha alguém na casa ou não.- Escuto o queo apresentador comenta sobre o caso.

"As informações que chegaram aqui agora para nós é de que essa casa era utilizada como refúgio por traficantes. Já estava sendo investigada a alguns meses."

Eu: Vamos desligar isso.- Pego o controle de sua mão.- Não temos nada a ver com isso mesmo.

Tamara: Não espera.- Pega o controle de volta, no mesmo instante o interfone toca.

Suspiro forte e vou até o telefone.

Eu: Quem é?

Vanessa: Abre aqui Valeska.

Me assusto ao escutar sua voz e só depois que destravo o portão. Vou até a porta esperando por ela no topo da escada.

Eu: Aconteceu alguma coisa?- Pergunto vendo seus olhos vermelhos.

Vanessa: Você já viu o que ta passando na televisão hoje?- Encaro ela.

Eu: O incêndio?- Ela assente e me abraça. A abraço de volta sem entender como ela sabe da casa.- Vem.- Fecho a porta.- Como você sabe dessa casa?- Pergunto após lhe entregar um copo com água.

Vanessa: Já estive la uma vez.- Passo a mão no cabelo me sentando na mesinha de centro.- Não é uma boa hora pra brigar comigo irmã.

Eu: Eu devia ter te falado sobre eles antes.- Abaixo a cabeça.- Isso não te assusta?

Vanessa: E porque me assustaria?- Vejo Tamara sentar ao lado dela com um prato cheio de panquecas.- Ele sempre me tratou super bem, bandido eu vejo o tempo inteiro para baixo e pra cima nesse bairro.

Eu: Isso não apaga o que ele fez e o que ele faz Vanessa.- Respiro fundo.- Você não faz ideia do que ele é capaz.

Vanessa: O que aconteceu com você não é culpa dele.- Aponta o dedo pra mim.

Eu: Não é culpa dele? É culpa deles, dos três.- Me altero.- Você acha mesmo que eles vão impedir de que o mesmo não aconteça com você?

Tamara: Acho que agora nem tem como eles impedirem.- Aponta pra televisão chamando nossa atenção.

"Novidades no caso. Abre a imagem pra mim... Estão falando aqui que a casa não estava vazia. Confirma isso Fernanda?"

"Isso mesmo Roberto. A polícia acabou de me confirmar que a casa não estava vazia na hora do incidente. Ainda estão na busca pelos corpos."

Eu: Me da aqui esse controle.- Pego da mão da Tamara desligando a televisão e coloco o mesmo embaixo de mim.- Não quero vocês duas remoendo essa história, acabou.

Tamara: Para de fingir que não se importa nenhum um pouco, eu te conheço.- Fala calma me olhando.

Eu: Sim, mas vamos fazer o que?- Encaro ela.- Ficar olhando a polícia procurando pelos corpos deles.

Tamara: Não. - Se levanta.- Vou fazer melhor.- Observo ela ir pegar sua bolsa.- Vou na casa do Rogério.

Vanessa: Vou com você.- Seguro o braço dela.

Eu: As duas não vão a lugar nenhum.- Minha irmã me olha batendo o pé.- Pra começar que você ta cheirando a alcool amiga.- Ela ri.

Tamara: Vou tomar banho.- Entra no banheiro.

Olho pra minha irmã com os olhos vermelhos e o rosto molhado pelo choro que cessou faz alguns minutos.

Eu: Não quero ser a irmã chata.- Ela me olha.- Só quero te proteger.

Vanessa: Você acha que eles fariam mal pra gente?- Pergunta baixo e vejo novas lágrimas brotarem em seus olhos.

Eu: Eles eu não sei, mas os que vivem a volta deles eu sei que são capazes de tudo.- Me sento ao seu lado e puxo pro abraço.- Não fica assim, eles vão estar bem.

Pelo menos eu espero que sim, penso.

Tamara: E agora, podemos ir?- Surge na sala.

Eu: Não acha melhor dar um tempo aqui?- Ela faz careta.- A gente não sabe o que ta acontecendo, se estão atrás deles ou seja la o que for.

Tamara: Larga de ser medrosa Valeska.- Me puxa pela mão.

Eu: Me deixa pelo menos pegar meu celular.- Essa assente.

Pego meu celular e saímos da casa trancando tudo.

Vanessa andava em silêncio enquanto Tamara criava as mais diversas teorias do meu lado.

Tamara: É  aqui.- Ela se aproxima tocando a campainha. Escuto latidos forte vindo la de dentro e me assusto.- Huck ainda ta ai.- Ela cruz os braços.

Tentamos mais uma duas vezes e nada.

Pedro: Estão procurando Rogério?- Olho pra trás vendo o irmão do Borges.

Eu: Sim, você também? - Pergunto no impulso. Ele assente.

Pedro: Tive que arrancar os cabos da televisão e falar pra Vó que estragou.

Eu: Ela ainda não sabe o que aconteceu?- Nega.- Precisamos achar eles.

As duas me encaram sem entender. Só falei com dona Mercedes uma vez mas já foi o suficiente para saber que ela ama os netos.

...

ValeskaWhere stories live. Discover now